Cultura

Comer caruru

Imagem Comer caruru
Bnews - Divulgação

Publicado em 07/09/2018, às 07h00   Padre Alfredo Dorea


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Das muitas memórias da minha infância na Boa Viagem, o caruru comido na "balbúrdia" é das mais saudosas.

Sete meninos, sentávamos ao redor de um grande alguidá, onde havia sete porções de todos os itens: do caruru ao efó, passando pelo xinxim de galinha, roletes de cana e rapadura. 

Depois da "balbúrdia" saciar as crianças, os pratos de caruru se multiplicavam, alimentando centenas de convidados e convidadas, sem qualquer restrição.

Setembro em Salvador, a casa cheira: a cravo, a rosa e a muito caruru, em que pesem as intolerâncias, que tentam insanamente demonizá-lo, como se dar de comer não fosse um ato tão profundamente humano que só pode ser divino.

E o caruru sacia a fome e delicia milhares de pessoas que sabiamente entendem, ou não, que a maldade reside no que sai e não no fraterno caruru que entra em nossas bocas, depois de preparado com tanta fé e gratidão. 

Abençoadas sejam as mãos que preparam e dão de comer, a quem tem fome, comidas de tantas e distintas origens culturais.

Se ligue, que ainda dá tempo e divulgue já nas suas redes: Aceito convites para caruru"

*Padre Alfredo Dorea escreve quinzenalmente para o BNews, e é arcebispo da Igreja Anglicana Tradicional do Brasil. Graduado em filosofia e teologia. Mestre pela Universidade Gregoriana de Roma. Atua no diálogo interreligioso, combate às violências, discriminações e preconceitos, defesa dos direitos humanos e das pessoas mais vulneráveis e empobrecidas, sobretudo as que vivem com o HIV AIDS.

Classificação Indicativa: Livre

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