Cultura

Dia de São Cosme e São Damião: conheça a tradicional história dos gêmeos médicos

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27 de setembro é dia de celebrar São Cosme e São Damião com muita festa e tradição  |   Bnews - Divulgação Divulgação / Youtube

Publicado em 27/09/2023, às 05h00   Cadastrado por Verônica Macêdo


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História dos santos gêmeos, ambos médicos, reúne milagres, resistência, caridade, sincretismo e festa não somente nos terreiros de religiões de matriz africana, mas também em todos os cantos e recantos do Brasil, popularizando-se, inclusive, entre os cristãos.

Considerados dois santos populares, São Cosme e São Damião são celebrados no dia 27 de setembro e esta é uma data esperada especialmente pelas crianças, já que é um momento que marca o pagamento de promessas, através da distribuição de doces e guloseimas.

Entre os adultos, a tradição pede que se coma caruru, vatapá e, em alguns locais, também é praticado o famoso banho de pipoca.

Sabe-se que Cosme e Damião eram dois jovens irmãos sírios, médicos que se distinguiram na arte da cura e do cuidado com os doentes. Nunca cobravam pelas consultas e tratamentos destinados aos pobres. Eles teriam vivido na Síria, onde o cristianismo prosperava muito e crescia em número e em intensidade nos anos 300.

Com relação aos festejos no Brasil, deve-se acentuar o seguinte aspecto: as pessoas comemoram em gratidão. Quem possui gêmeos na família, agradece a magnanimidade com a retribuição em forma de festa regada a muita comida (caruru, vatapá e doces). Nesse caso, celebra-se a fecundidade.

“Através desse festejo, a família estabelece uma espécie de circularidade com o divino. Ou seja, o divino agraciou a família com o dobro da criação, gêmeos. Então, ela retribui, anualmente, a Deus Criador, ofertando uma festa robusta por meio de São Cosme e São Damião”, explica o professor de História, Milton Moura.

Um outro ponto interessante a ser ressaltado é que essa festa precisa ter caráter agregador, solidário, em homenagem aos caridosos santos. Por isso, a comida deve ser dividida com todos os presentes, em abundância. A tradição manda que se coma o vatapá e o caruru com concha em uma panela, com todos se servindo ao mesmo tempo, mas, ao longo dos tempos, adaptações foram feitas e, hoje em dia, na maioria das festas, cada um se serve separadamente.

“Claro que a tradição muda. Se uma tradição não muda, ela morre. Porque a tradição é móvel; é aquilo que é trazido, mas não é congelado. O mundo da tradição tem ondas. As próprias guloseimas, antigos bombons distribuídos às crianças, não são mais as mesmas em todos os lugares. O importante é a festa, o sentido agregador, a celebração”, afirma o professor.

Milton explica que, em sua concepção, "na Bahia, consegue-se firmar mais essa herança da tradição dos festejos de São Cosme e São Damião, em comparação com o resto do Brasil. Mas isso não quer dizer que a Bahia tem o monopólio dessa herança, advinda da matriz africana, de jeito nenhum. Apenas, aqui,  no estado baiano, isso é mais visível”, conclui .

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