Cultura
Publicado em 27/10/2023, às 17h31 - Atualizado às 17h37 Cadastrado por Victória Valentina
As plataformas de streaming de vídeo foram tomadas por produções asiáticas, principalmente as sul-coreanas, que ficaram popularmente conhecidas como "doramas". Visando isso, nesta semana, a Academia Brasileira de Letras (ABL) decidiu incluir um termo no dicionário da língua portuguesa.
O verbete, segundo a ABL, é definido como "obra audiovisual de ficção em formato de série, produzida no leste e sudeste da Ásia, de gêneros e temas diversos, em geral com elenco local e no idioma do país de origem".
"Os doramas foram criados no Japão na década de 1950 e se expandiram para outros países asiáticos, adquirindo características e marcas culturais próprias de cada território. Para identificar o país de origem, também são usadas denominações específicas, como, por exemplo, os estrangeirismos da língua inglesa J-drama para os doramas japoneses, K-drama para os coreanos, C-drama para os chineses", explicou a Academia.
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Coreanos reprovam inclusão
Apesar da inclusão ter agradado os consumidores deste tipo de conteúdo, a Associação Brasileira dos Coreanos, que representa a comunidade coreana no Brasil, se posicionou com descontentamento a novidade, além de dizer que considera a decisão preconceituosa.
“A Associação considera preconceituosa a decisão de generalizar as produções do leste-asiático. Não é certo generalizar expressões culturais. Cada produção tem suas características, peculiaridades e um público específico. Generalizar é confundir as peculiaridades. É como falar que toda comida nordestina é comida baiana”, explicou a comunidade.
Daniela Mazur, pesquisadora do MidiÁsia, grupo de pesquisa da Universidade Federal Fluminense (UFF) também escreveu um texto de manifesto contra a inclusão da palavra.
“O uso no Brasil do termo ‘dorama’, em japonês, generaliza e apaga indústrias midiáticas asiáticas. Esse apagamento fortalece estereótipos e reforça, assim, o orientalismo. O drama de TV é um formato televisivo realizado em diferentes indústrias da mídia no leste e sudeste asiáticos. Chamar um drama sul-coreano, ou k-drama, de ‘dorama’ é mais uma forma de estereotipar um consumo, além de ativar estruturas históricas de raízes imperialistas", escreveu.
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