Denúncia

Feira de Santana: Seap se cala após morte de detento por falta de assistência médica em presídio

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Detento tinha sérios problemas de saúde; documento suspeito aponta que ele teria aberto mão do tratamento médico  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 19/10/2017, às 11h32   Redação BNews



Na semana passada, o BNews denunciou a morte de um detento que  cumpria pena no Conjunto Penal de Feira de Santana, a cerca de 100 km de Salvador. Segundo a defesa de Jorge Pereira, que tinha 66 anos, ele morreu depois que seus problemas de saúde se agravaram no último dia 5, e o tratamento médico foi interrompido na unidade prisional. A família só foi avisada na manhã do dia seguinte. Ele estava internado no Hospital Geral Clériston Andrade.

A reportagem procurou a assessoria da Seap por algumas vezes, que prometeu enviar um posicionamento sobre a situação, entretanto nada foi enviado até a manhã desta quinta-feira (19).

Além da diabetes, Jorge também sofria de instabilidade em posição erguida, dificuldade de locomoção, hiperreflexia generalizada, diminuição severa das vistas e hipertensão. Ao site, a defesa dele alega que o detento nunca recebeu assistência médica básica.

Um documento apresentado ao site aponta que o preso teria assinado um termo, responsabilizando-se pela não aceitação do tratamento prescrito na unidade de saúde prisional. A defesa questiona a veracidade do documento e as circunstâncias as quais o cliente teria sido submetido na assinatura do termo. O fato questionado a secretaria estadual, que manteve o silêncio diante da situação. 

Na certidão de óbito, a causa da morte é descrita como “choque séptico”, resultado de uma infecção que se alastra pelo corpo rapidamente, afetando vários órgãos. É bastante comum em pessoas mais fracas, que não conseguem controlar a infecção, como crianças, idosos, e pacientes com câncer, insuficiência nos rins ou no fígado.

Ainda na certidão, é detalhado que outro motivo que levou à morte do preso foi “erisipela em MMII”, um processo infeccioso da pele, que pode atingir a gordura do tecido celular, causado por uma bactéria que se propaga pelos vasos linfáticos. Comum em pessoas diabéticas, obesas e nos portadores de deficiência da circulação das veias dos membros inferiores. A vítima possuía uma ferida no joelho, segundo a defesa.

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