Denúncia

Adolescente agredido por guarda municipal no carnaval corre risco de perder a visão

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Na próxima quarta-feira (21), a vítima, familiares e testemunhas serão ouvidos na Derca  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 19/02/2018, às 18h44   Eliezer Santos


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Recebeu alta nesta segunda-feira (19) o adolescente C.A.S, 16 anos, que foi agredido por um guarda municipal de Salvador durante o carnaval, no circuito Dodô [Barra-Ondina]. Ele passou por duas cirurgias e uma plástica no olho direito no Hospital Geral do Estado (HGE), onde estava internado desde a madrugada do último dia 14. 

O caso foi denunciado pelo BNews na última quinta-feira (15), mas até o momento, segundo a família, nenhum representante legal da Guarda Municipal de Salvador prestou suporte algum.  

A agressão ocorreu durante a passagem do Bloco do Afoxé Filhos de Gandhy, quando foliões jogavam água para cima e acabou molhando o guarda municipal. Ao BNews, a prima da vítima, Alba Carolaine, relatou que o guarda agressor, sem verificar a origem dos jatos, deixou a tropa e bateu com o cassetete no olho do adolescente.

Por conta da pancada, o menor está com uma fratura bucomaxilofacial e ficou com a retina comprometida. “Não sei se meu filho vai recuperar a visão”, contou, apreensiva, Rosenete de Jesus, mão do adolescente, em conversa com o BNews nesta segunda. 

“Isso não pode acontecer, você ser agredido por quem deveria te proteger. Minha expectativa é que haja punição e que eles venham arcar com todas as despesas que estamos tendo. Eu estou com um problema que quem criou foi a Guarda Municipal”, desabafou.

Ela aponta ainda a omissão de socorro dos demais guardas que viram o adolescente ao chão ensanguentado e nada fizeram. “Uma série de absurdos”, complementa.

Na próxima quarta-feira (21), a vítima, familiares e testemunhas serão ouvidos pela delegada Cynthia Yulmara Ramos Sales Mascarenhas na Delegacia Especializada de Repressão a Crime Contra Criança Adolescente (Derca).

Fotógrafa autônoma, Rosenete enumera ainda prejuízos financeiros por conta dos dias que ficou sem trabalhar para acompanhar o filho no centro cirúrgico do HGE. “As fotos que fiz no carnaval estão todas paradas”. 
Sem plano particular de saúde, a família buscará ajuda na faculdade de Odontologia da Universidade Federal da Bahia (Ufba) para tratar a lesão bucomaxilofacial, mas ainda não sabe onde e como conseguirá um especialista em retina.

Enquanto se recupera da violência, o adolescente, estudante do 2º ano do Ensino Médio, ficará, pelo menos, 15 dias afastado da escola. 

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