Denúncia

Homens são presos após "selinho" no Carnaval de Salvador; PM encaminha relato para Corregedoria

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Segundo denúncia feita pelo GGB, vítimas sofreram chacotas e humilhações   |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 22/02/2018, às 12h07   Redação BNews


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Um suposto caso de homofobia cometido por policiais militares, no Carnaval de Salvador, foi denunciado por pelo Grupo Gay da Bahia (GGB). O caso envolveu a produtora Renata Hasselman, 29 anos, o designer Cirio Fico, 26 anos, e um professor de 34 que prefere não se identificar, que curtiam a festa na segunda-feira de Carnaval no bloco “Respeite as Minas”, no Centro da Cidade. 

A reação homofóbica de alguns PMs teria ocorrido quando os dois amigos deram um “selinho” na boca. Segundo a produtora Renata, a abordagem de um policial foi inadequada, constrangedora e desrespeitosa. “O policial disse que se eles quisessem fazer aquele selinho que fossem para a Barra que era o lugar deles”, lembra. 

Logo depois, os três se encontraram com a mesma patrulha policial, próximo da Casa de Itália. Conforme Rosana, “os meninos olharam para a patrulha e foi o bastante para despertar a ira do policial e receberem voz de prisão, sob alegação de atentado público”.

Os dois rapazes foram conduzidos para o Posto Avançado no Quartel dos Aflitos, seguindo para a Central de Flagrantes. Renata, que resolveu filmar ação policial por meio de um aparelho celular, inclusive questionou a natureza da prisão, acabou tendo o seu celular apreendido, junto com os demais, sendo impedida sequer de fazer uma ligação.

Ela relatou ao GGB que as chacotas e humilhações dos policias não paravam: “você professor, como é que fica fazendo isso na rua”, teria dito um oficial. O caso foi registrado na delegacia na classificação de “Desacato e Importunação Ofensiva ao Pudor".

“Um policial conservador pode achar que um selinho de despedida rápido onde as bocas se fecham e se tocam fazendo um leve barulho é um beijo erótico de conotação sexual. A polícia deve entender essas coisas e se eles não sabem lidar com essa situação junto aos LGBTs, que possuem uma cultura indenitária diferente da heteronormativa, é preciso que o coronel Anselmo [comandante da Polícia Militar] peça ajuda de especialistas sobre o assunto, pois existe um conteúdo produzido pela entidade junto com PMs gays que orienta os demais na abordagem policial com LGBTs. Gays jovens se despedem um dos outros com selinho e o clássico ‘tchau amiga’”, afirma Cerqueira.

De acordo com a assessoria da Polícia Militar da Bahia (PM-BA), o relato foi encaminhado para a Corregedoria institucional. Além disso, a polícia pede que os envolvidos compareçam à sede da Corregedoria da PM para serem ouvidos e passarem mais detalhes sobre o fato.

Ainda segundo a polícia, neste contato é necessário também reunir o máximo de informações possíveis como a descrição física do policial, data e hora do fato, para que com base nesses dados a PM possa instaurar um procedimento apuratório.

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