Denúncia

Mulher denuncia motorista de aplicativo por assédio; acusado se defende

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Os dois envolvidos falaram publicamente nesta quarta-feira (6)  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 06/06/2018, às 15h32   Redação BNews



A blogueira Mayanne Neres denunciou em seu perfil do Instagram, na última segunda-feira (4), o motorista do aplicativo 99 POP, de prenome Jeferson. A vítima alegou que foi assediada durante o trajeto da sua casa, do bairro de Pernambués, para o trabalho, no Itaigara. 

Nas postagens, a blogueira relatou parte do que aconteceu e aconselhou outras meninas a tomarem cuidado ao pegar motoristas do aplicativo e do Uber. “A sensação de ser impotente.. CORRÓI, DÓI, MACHUCA!!! Conseguir sair daquele carro, me fez nascer de novo. Se cuidem”, escreveu em um dos ‘stories’ do Instagram.  

Na tarde desta quarta-feira (6), Mayanne contou detalhes do que ocorreu no trajeto. "Eu estava tentando manter a calma para não mostrar a ele que estava desesperada e comecei a me comunicar, ficar perguntando a ele sobre a filha dele e ele calado... sempre olhando para mim, olhando para trás. Ele entrou numa rua que era sem saída, totalmente diferente da rua que era pra entrar e eu gritei: moço! não é por aí, é ali o outro lado. E antes disso, eu já tinha passado uma mensagem para uma amiga minha ‘peguei um 99 e ele está estranho, o que eu faço? Socorro’”, disse durante entrevista no programa Balanço Geral, com o apresentador Zé Eduardo. 

O motorista do aplicativo, que diz ter dois anos na plataforma, também foi ouvido pelo programa e contou a versão dele. “Quando ela solicitou, eu cheguei até a rua dela e, pelo GPS, eu avistei uma rua sem saída. Parei no começo da rua. Ela veio subindo a ladeira até mim e falou: era lá embaixo. Eu disse: eu sei, mas pelo GPS eu avistei que a rua era sem saída e ela falou: pode descer que lá você faz a volta”, contou Jeferson. 

“Foi um lugar super apertado na ladeira, dei várias voltas e consegui subir. Fiquei chateado com ela porque antes de eu pegar ela eu falei que não desci porque o GPS informou que a rua era sem saída”, argumentou o motorista.

Questionado se cometeu assédio contra Mayanne, Jeferson respondeu: "Negativo. eu segui pelo GPS e ela me perguntou: você está indo por onde? eu falei: Tô seguindo pelo GPS. Você tem alguma preferência de caminho? É o que eu pergunto a todos os passageiros. Ela falou pra mim: não conheço. Quando eu cheguei a 900 metros do Shopping, o GPS estava mandando entrar por uma rua e ela falou para mim: não, por aí não. Eu reduzi, fiz a volta e fui pelo caminho que ela pediu. Aí o GPS atualizou. O caminho que eu ia era 900, pelo que ela ia era 1 km."

Mayanne rebateu e disse que “em nenhum momento ele dialogava comigo. Então eu estava desesperada, então eu falei: moço eu tenho que descer aqui agora. eu parei antes do local que eu ia soltar, porque eu não aguentava mais ficar dentro do carro. foi uma sensação horrível. Tem meninas que pegaram o carro com ele e vieram me dar esse depoimento. A mesma coisa. Quem pegou, não aguenta ficar dentro do carro. É um horror”, continuou Mayanne. 

Após ser devolvida a resposta à Jeferson, ele garantiu que não fez nada com a blogueira. “Só não dirigi a palavra a ela porque eu fiquei chateado com ela no começo. Simplesmente respondi as perguntas dela. Eu tiro meu sustento dali, do aplicativo. Ela está totalmente errada. Ela me prejudicou muito. Perdi o carro por causa dela, estou com conta para pagar por causa dela e não vou conseguir porque a plataforma me bloqueou, perdi cliente particular, que confiava em mim, que sabe que sou uma pessoa de bem, por ela ter divulgado isso", concluiu o motorista. 

Jeferson foi representado pelo presidente do Sindicato dos Motoristas por Aplicativos e Condutores do Estado da Bahia (Simactter), Átila Santana, que garantiu estar tomando todas as providências judiciais cabíveis para o caso. “Nós já conduzimos ele à delegacia, nossos advogados já foram acionados, já prestamos a queixa crime. Ele está sendo ameaçado de morte, ele foi expulso da plataforma 99, onde aconteceu essa corrida. Está comprovado que ele não fez nada”, disparou. 

“Não se pode expor o trabalhador à opinião pública sem provas. Ela o colocou nas redes sociais. Ela o colocou como um possível estuprador. E outra: ela colocou uma mensagem muito forte na cabeça [das pessoas] sobre a categoria quando disse: meninas, muito cuidado ao pegar o Uber e o 99. Ou seja, ela expôs mais de 25 mil pais e mães de família”, finalizou o presidente do sindicato. 

Classificação Indicativa: Livre

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