Feira de Santana: moradores acusam R Carvalho Construções de construir casas em lagoa

Com a estrutura dos apartamentos comprometida, moradores do Condomínio Videira Figueira, localizado na Avenida Iguatemi, em Feira de Santana, a 108 km de Salvador, procuraram a reportagem do BNews para denunciar irregularidades na construção das moradias entregues por meio do Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV). 

“Há risco de desabamentos dos blocos. Muitas famílias estão apreensivas. Somos o Minha Casa Minha Morte. Que Deus seja por nós”, lamenta uma das moradoras.

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Ainda de acordo com a moradora, as casas foram construídas em local inapropriado. “Foi em cima de uma lagoa. Não é área para construção. A construtora jogou os entulhos, e fez em cima, e a água está subindo e entrando nas casas. Já veio perito de Brasília e condenou as obras. Estamos dentro d’água”, detalha.

Ela também detalha que obras de reparos chegaram a ser feitas. “Reparam em dois blocos. Isso está condenado, virou área de risco. A água começou a jorrar. O barranco começou a ceder por causa disso”, recorda. A reportagem também ouviu outros moradores que fizeram relatos semelhantes. 

O caso foi parar no Ministério Público Federal (MPF), o qual impetrou com uma ação civil pública contra os responsáveis pelas obras, a Caixa Econômica Federal e a R Carvalho Construções e Empreendimentos Ltda.

O BNews teve acesso a um termo de uma audiência conduzida pelo juiz federal Robson Silva Mascarenhas, ocorrida em junho deste ano. Na oportunidade, representantes da construtora informaram que “houve reuniões prévias e que há consenso acerca da necessidade de uma avaliação técnica a ser realizada por engenheiro estruturalista, afim de identificar as razões pelas quais continuam a surgir fissuras nos imóveis, mesmo após os reparos realizados na fundação e na fachada. A R Carvalho disse que manterá os compromissos de realizar os reparos e intervenções que q forem indicados por especialistas com a maior brevidade, com meios próprios da empresa”.

Em agosto deste ano, a Justiça decidiu que, transcorrido o prazo da petição, a R Carvalho Construções deveria apresentar em cinco dias, prazo improrrogável, “o parecer do engenheiro estruturalista nos termos do acordo formulado em audiência”. 

A reportagem entrou em contato com a construtora, que solicitou o envio de um e-mail e deve encaminhar um posicionamento.