Denúncia

Quilombo em Lauro de Freitas é invadido novamente por cinco homens

Vagner Souza/ Arquivo BNews
Bnews - Divulgação Vagner Souza/ Arquivo BNews

Publicado em 28/07/2019, às 15h23   Pedro Vilas Boas


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O quilombo Quingoma, em Lauro de Freitas, sofreu uma invasão, novamente, na manhã deste domingo (28), enquanto os moradores estavam distraídos em reunião. Ninguém ficou ferido desta vez.

Rejane Rodrigues, integrante da Associação Quilombola de Quingoma, contou ao BNews que ela e os vizinhos estavam se programando para a realização de uma competição de futebol local, quando chegaram pessoas informando sobre a invasão.

"Eles estavam cavando buracos e colocando arame farpado", lembrou Rejane. Ela e outros 50 moradores se dirigiram ao local invadido, quando receberam a notícia, e se depararam com três estranhos realizando o serviço, acompanhados de um advogado.

O líder dos invasores, que se diz dono da terra, pediu para o advogado avisar aos quilombolas que aquele terreno é de sua propriedade, já que teria comprado por um documento de "Compra e Venda", de uma empreiteira.

Denúncia

Após conseguir retirar os homens do terreno, Rejane e outros moradores foram até a 27ª Delegacia de Itinga, para registrar o Boletim de Ocorrência, novamente, como fez há um ano, em outra invasão.

"Registrei o BO na delegacia, e nenhuma providência foi tomado. Eles não voltaram mais", conta.

Rejane lembra que, no dia anterior à invasão sofrida na área próxima à casa da presidente da associação, Dona Ana Lúcia dos Santos Silva, em 14 de julho, o mesmo homem que invadiu neste domingo foi ao local e ameaçou moradores.

Na ocasião, o vice-presidente da associação foi agredido com tapas no rosto e ameaçado com uma arma apontada em sua direção. Ele decidiu não denunciar.

Barracos queimados

No último dia 14, o quilombo foi invadido por homens, que queimaram barracos, derrubaram cercas, agrediram e ameaçaram moradores.

O ataque é mais um de uma série que a comunidade quilombola sempre sofreu na região, segundo Dona Ana Lùcia dos Santos Silva, por empresários da especulação imobiliária, donos de sítios, que se dizem proprietários dos terrenos. A terra é datada de 1569. Ainda está em processo de delimitação pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

Porém, a terra já recebeu um certificado do órgão em 2013.

Classificação Indicativa: Livre

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