Denúncia

Clientes acusam empresa de aluguel de lanchas de calote durante Festa de Iemanjá; prejuízo é de mais de R$ 20 mil

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Grupo contratou serviço, mas passeio foi cancelado e reembolso foi de apenas R$ 2 mil  |   Bnews - Divulgação Vagner Souza/BNews

Publicado em 06/02/2020, às 17h25   Léo Sousa



Um grupo de 34 pessoas acusa a empresa de locação de barcos para terceiros Náutica Express de calote. O problema teria ocorrido no dia da Festa de Iemanjá, no último domingo (2). Divididos em três lanchas, os clientes pagaram 100% do valor cobrado pelo aluguel dos barcos (R$ 8.550) antecipadamente. 

O serviço, marcado para as 9h, previa um passeio pela Baía de Todos os Santos com parada para homenagem a Iemanjá; parada para banho de mar na Ilha dos Frades; parada para almoço no restaurante Preta, com reserva e escolha do cardápio e passeio pelo Rio Vermelho para apreciar a procissão marítima. O retorno ao continente seria às 17h.

Por volta das 7h30, no entanto, segundo a denúncia, a representante da empresa enviou uma mensagem de WhatsApp pedindo que o grupo atrasasse a saída do hotel, pois havia acontecido um imprevisto com as lanchas. 

A saída, então, foi remarcada para as 10h30 - o atraso seria compensado com um acréscimo de uma hora e meia ao final do passeio. Porém, 15 minutos antes, em mensagem para todos os grupos, a representante da Náutica Express teria informado o cancelamento do passeio por problemas com a Marina na liberação dos barcos.

O grupo relata que, horas depois, a representante enviou um comprovante de transferências no valor de R$ 8.550. A comprovação do reembolso, no entanto, não tinha autenticação, e até esta quinta-feira (6) o dinheiro não caiu na conta. Membros do grupo registraram boletim de ocorrência na Delegacia de Crimes Contra o Patrimônio, da Polícia Civil.

Do total do valor, dois mil reais foram ressarcidos. À reportagem, a Náutica Express afirmou que "está no processo de reembolso".

Parte dos convidados para o passeio mora em outros estados e veio a Salvador apenas para a data especial. É o caso do servidor público Raul Oliveira, que veio do Rio de Janeiro com a esposa, a filha e a sogra. "Venho há dez anos seguidamente para essa Festa de Iemanjá. A minha família ficou traumatizada", ele relata.

"Além do custo das três lanchas, 90% das pessoas tiveram custo de passagens de ida e volta, hospedagem... Vieram do Rio de Janeiro, vieram de São Paulo, exclusivamente para esse passeio", explica o empresário Nilton Simões Filho, de 30 anos, um dos lesados pela empresa. "Também já tínhamos comprado comida e bebida, reserva no restaurante Preta para 34 pessoas... Os custos totais a gente está estimando em 20, 25 mil reais", revela.

Em nota, a Náutica Express afirma que trabalha com locação de embarcações a terceiros, e que, no dia do ocorrido, todos os barcos que a empresa costuma locar estavam com seus proprietários em alto mar. A empresa diz ainda que três passeios gratuitos serão disponibilizados para o grupo, além do ressarcimento.

Leia a nota na íntegra:

"A empresa trabalha com locação de barcos de terceiros, que recebem o valor pago integralmente pelo cliente e tem até 15 dias para fazer o reembolso. 

Estamos aguardando este prazo e o crédito do proprietário do barco para fazer a devolução. 

A empresa solicitou o atraso para que a embarcação que apresentava problemas fosse substituída. 

No entanto, como se tratava de uma festa popular no mar, não havia disponibilidade de outras lanchas, já que todas as embarcações que costumamos locar estavam com seus proprietários em alto mar, o que só foi constatado por volta das 10h. 

Salientamos que a Náutica tentou alugar diversos barcos para cumprir o combinado, mas não houve disponibilidade, porque a festa era no mar. 

Já foi devolvido um parte do valor, e inclusive a empresa ofereceu 3 passeios de lanchas gratuitos para minimizar transtornos além das devoluções 100% . 

Dos valores pago, ainda resta a devolução de uma parte e estamos no prazo para estorno".

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