Empresa de café faz “transposição” e seca Rio de Cachoeirinha em Wagner

Publicado em 11/12/2013, às 08h59 Adelia Felix (Twitter: @adelia_felix)

O Rio de Cachoeirinha, também conhecido como Rio das Lajes, com grande importância para o Povoado de Cachoeirinha, distrito do município de Wagner, na Chapada Diamantina, está secando. A falta de chuvas, a estiagem prolongada, que castigou várias cidades baianas neste ano, somados a um crime ambiental denunciado por moradores em um grupo no Facebook, é o motivo do rio perene ter secado e prejudicado a população local, já que ele é a principal fonte de vida para comunidade e de vários pequenos agricultores.

Rio Grande do Sul

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Decisão própria

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“Meu pai tem 99 anos e é a primeira vez que ele viu o rio secar. Nós habitantes estamos sofrendo com a escassez de água. Os animais que antes bebiam água lá no Cachoeirinha não bebem mais. Está seco”, lamenta o autônomo, Elivaldo Silva, 45 anos, que nasceu no município de Wagner.

De acordo com denúncia protocolada e entregue ao Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA) pelo advogado Edmilson Pereira Silva, os donos da Sarpa Plantações e Comércio de Café Ltda. iniciaram a irrigação dos seus cafezais com as águas do rio Cachoeirinha. Segundo o documento, os proprietários aproveitaram que a principal nascente fica dentro de suas terras, a Fazenda Belmonte, e fizeram grandes barragens e três captações de água, diminuindo consideravelmente o nível do rio.

Na rede social, o grupo formado por mais de 800 pessoas apelam com fotos do rio seco para que as autoridades tomem alguma atitude. Eles afirmam ainda que o Inema esteve no local em maio deste, e a Cipa de Lençóis em outubro também neste ano, no entanto nada fizeram. Em seu site, a Scarpa faz questão de ressaltar que no desempenho das suas atividades há responsabilidade social e ambiental.

A reportagem tentou entrar em contato com o escritório da empresa, através do telefone disponibilizado pela Scarpa no site dela, mas não teve retorno.