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VÍDEO: Professora se pronuncia após expulsão de avião: “por que meu corpo foi considerado uma ameaça?"

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"Essa história não é só sobre mim, é sobre todas as pessoas que passaram, que passam por esse tipo de situação", disse a professora  |   Bnews - Divulgação Reprodução/ Vídeo

Publicado em 01/05/2023, às 10h46 - Atualizado às 11h04   Letícia Rastelly e Tiago Di Araújo


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A professora Samantha Vitena, que foi expulsa por policias federais de um voo, na última sexta-feira (28), a pedido do comandante da tripulação, se pronunciou pela primeira vez após a situação apontada como racismo, durante uma entrevista no programa Encontro, da TV Globo, na manhã desta segunda-feira. Ela disse que ainda tenta entender a situação:

“por que meu corpo foi considerado uma ameaça? Foi considerado indesejado?”

Na ocasião ela deu detalhes sobre como tudo aconteceu: "eu disse que não conseguiria despachar minha mochila, porque tinha um computador dentro, e se eu despachasse o computador ficaria em pedaços, e até onde eu sei a gente não pode despachar laptop, não é recomendado, por questões de risco e tudo mais, e falei que não seria possível. Ele [comissário] falou que eu precisava despachar”. Vale lembrar que a recomendação da empresa, de acordo com seu site, é exatamente de que esse tipo de computador deve ser transportado como na chamada bolsa de mão.

“Eu tentei colocar a mochila debaixo do banco, mas ainda não ficou adequado e eu dizia que a gente precisava achar uma outra solução. Ele [comissário] insistiu para despachar. Foi quando levantei e tentei achar algum lugar nos compartimentos, que um senhor atrás de mim, estava com uma bolsa pequena e se ofereceu para tirar a bolsa, a gente colocou minha mochila, fechei e aguardei", explicou a professora.

Samantha também detalhou o momento em que os agentes de segurança chegam ao avião para retirá-la. “Estava sentada, aguardando decolar, vieram policiais, eu nem imaginava que era por mim, quando chegaram e mandaram eu me retirar, eu fiquei sem saber e perguntei o motivo, foi isso que eu fiz, e quando ele falou sobre o crime, eu me levantei para me retirar. E aí muitas pessoas começaram a gravar, foi algo que me surpreendeu, me tocou muito, queria agradecer a essas pessoas", agradeceu a professora. Vale lembrar que após a repercussão, a Gol chegou a culpar a passageira, enquanto que a PF disse que irá investigar a situação.

Por fim, ainda na entrevista, ela projetou um futuro onde pessoas negras não passem pela mesma situação. "O que eu espero que não aconteça! É que isso não volte a acontecer, essa história não é só sobre mim, é sobre todas as pessoas que passaram, que passam por esse tipo de situação, então eu espero que isso não volte a acontecer".

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