Denúncia
A prática de crimes parece não ter limites. Estudantes de odontologia precisam de vários equipamentos e instrumentos para poder avançar nas disciplinas do curso, no entanto, muitas vezes utilizam de práticas delituosas para alcançar os objetivos. A conduta ilícita ocorre através da compra de dentes de pessoas mortas, que é intermediada por funcionários de cemitérios.
Muitos alunos não conseguem adquirir os dentes de forma legal, por isso recorrem aos meios indevidos para não ficarem prejudicados no decorrer da graduação. O BNews conversou com a estudante de odontologia, Iasmim Dantas, da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), integrante do Banco de Dentes Humanos da instituição (BDH), para entender como essa prática ocorre e de que maneira é possível adquirir dentes de maneira legal.
“Nós temos aqui na universidade um programa de colaboradores onde recebemos doações de profissionais e clínicas parceiras que nos ajudam a manter o estoque sem causar prejuízos aos alunos”, contou.
Dantas comentou que comprar dentes de pessoas mortas é crime e, além disso, não manusear da forma correta pode transmitir doenças. “Nós tentamos barrar esse tipo de compra porque é ilegal, mas muito além disso estão os cuidados que a maioria não tem com os dentes que muitas vezes chegam sujos de sangue, bactérias e podem transmitir doenças. Aqui na clínica temos todo um cuidado, fazemos o armazenamento de forma adequada para termos um material com boa durabilidade”, detalhou.
A professora e atual coordenadora do BDH, Dayliz Pereira, salientou que a venda de dentes humanos é crime pelo Código Penal Civil com pena de 1 a 3 anos de reclusão para aqueles que violarem sepultura (art.210) .
"No Banco de Dentes Humanos da UEFS o procedimento é totalmente legal e dentro da lei, desde a chegada por doação os dentes, esterilização e repasse para os estudantes. Tudo é documentado no empréstimo para o ensino e extensão, precisa ser devolvido no final da disciplina, o dente é emprestado", explicou a professora.
“Se cada instituição, seja pública ou privada, deve implantar um BDH, assim os estudantes não precisariam recorrer aos meios ilícitos, como compra de dentes em cemitérios, e em outros espaços, É preciso uma atenção e cobrança sobre esse assunto pois, é grave “, acrescentou.
A profesora ainda salientou que se trata de uma prática antiética e que pode acarretar na aquisição de doenças infectocontagiosas. "É antiético não solicitar autorização ao paciente e ainda comercializar. Quando o dente é adquirido ilegalmente e em condições insalubre, ocorre a contaminação cruzada. Os tecidos dentários possuem vírus da hepatite, AIDS e outros, portanto é necessária esterilização adequada, uma vez que possui vários microorganismos, acarretando doenças contagiosas”, concluiu.
O Ministério Público estadual informou, por meio de nota, que está acompanhando o caso e aguarda a conclusão do inquérito policial para a análise e adoção das medidas cabíveis.
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