Denúncia

Mulher denuncia racismo em voo após comissário pedir para que ela limpasse banheiro

Arquivo pessoal
Comissário pediu para que ela limpasse banheiro após respingar água no chão  |   Bnews - Divulgação Arquivo pessoal

Publicado em 19/05/2023, às 14h42   Cadastrado por Sanny Santana


FacebookTwitterWhatsApp

A professora baiana Samira Soares, de 28 anos, denunciou ter sofrido racismo por parte de um comissário, durante um voo que fazia a rota Santiago-Guarulhos, no dia 15 de maio. As informações são do g1.

De acordo com a vítima, após usar o banheiro do avião, no voo da empresa JetSmart, o funcionário pediu para que ela retornasse e limpasse o chão do local. A mulher voltava para o Brasil depois de passar férias com a companheira. 

Clique aqui e se inscreva no canal do BNews no Youtube!

"Quando o voo já tinha decolado, eu levantei para ir no banheiro. Quando eu lavei minhas mãos, respingou água no carpete, normal, como acontece com todo mundo em um banheiro apertado durante o voo", disse a professora ao g1.

Segundo Samira, quando ela se acomodava na poltrona, o comissário chegou a entrar no banheiro e perguntou, com o tom de voz alto, se ela tinha molhado o local.

"Ele disse: 'Você usou o banheiro?' Aí eu disse: 'Claro' e ele falou: 'Aparentemente está molhado', e eu expliquei que tinha lavado as mãos e enxugado". Ele disse: 'Você tem que voltar e limpar o banheiro'. Naquele momento, eu fiquei em estado de choque e lembrei do caso da Gol", ela explicou.

A baiana, natural de Lençóis, mas moradora de Salvador, disse que se tremeu pelo nervoso. "Ele nunca falaria isso com uma pessoa branca", desabafou, explicando que outras pessoas usaram o banheiro antes dela, mas o funcionário nada tinha perguntado.

"Aquilo me deixou muito ansiosa, nervosa. Minha vontade era fazer um escândalo ali, mas a única coisa que fiz foi falar: 'Não vou limpar o banheiro, limpe você'", lembrou.

A vítima também declarou que, apesar da revolta, preferiu não fazer qualquer reclamação no local por medo de ser expulsa no voo, como no caso de Samantha Vitena, professora negra expulsa de voo por se recusar a despachar mochila com notebook.

Samira esperou o avião chegar em São Paulo e registrou o caso na Delegacia Virtual da Polícia Civil de São Paulo. A professora também denunciou o caso para a Secretaria Estadual de Promoção da Igualdade (Sepromi) na Bahia, que a orientou procurar o Ministério Público de São Paulo (MP-SP).

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp