Direto de Brasília

Requião vê judiciário neo-governista e critica interpretação em recusa de habeas corpus a Lula

Jefferson Rudy/Agência Senado
Bnews - Divulgação Jefferson Rudy/Agência Senado

Publicado em 06/03/2018, às 17h40   Luiz Fernando e Juliana Nobre



A onda de críticas à decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de negar habeas corpus para evitar prisão de Lula extrapolou os campos de esquerda. Uma das vozes que também reclamou a interpretação legal aplicada ao petista foi o senador Roberto Requião (MDB-PR), em conversa com a reportagem do BNews, na tarde desta terça-feira (6), em Brasília.

“É a nova hermenêutica jurídica. A constituição diz que só pode haver prisão quando não houver nenhum recurso mais. Mas agora eles resolveram interpretar diferente. Eles agora não se incomodam com o texto da lei, eles julgam além da lei sem levar em consideração. No primeiro momento, as pessoas que são contra o PT e o Lula ficam satisfeitas, mas não estão perceberam que essa interpretação põe em risco todo o cidadão brasileiro”, analisou.

O emedebista elencou aspectos que, segundo ele, coloca os procedimentos jurídicos do país em perigo, diante do procedimento aplicado pelos setores de investigação.

“É direcionado a um grupo ou é geral? Ao meu ver o judiciário é neo-governista. O Ministério Público, na mesma linha, Polícia Federal, uma admiração profunda pelos Estados Unidos e um desprezo total pela política nacional. Não acho que tenha sido uma negação de habeas corpus ao Lula, mas uma confirmação da venda do petróleo, da entrega da água, da venda da Embraer, do fim das garantias trabalhistas. Vai tudo de rodão. É o interesse das economias mais avançadas, do capitalismo financeiro. Sacrificando a soberania nacional”, acrescentou.

Apesar das críticas, que incluem provocações ao governo do seu correligionário, presidente Michel Temer, o senador Requião afirmou que não pretende deixar a legenda. “Meu PMDB é o do desenvolvimentista, nacionalista. O meu é o certo. O deles não”, argumentou, ao pontuar que ainda não decidiu sobre eventual candidatura ao Planalto.

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