Economia & Mercado

Ativos da OAS à venda cobrem só 32% da dívida da companhia, diz jornal

Publicado em 05/05/2015, às 08h54   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)


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Relatório apresentado aos credores da OAS, que pediu proteção à Justiça no final de março para escapar da falência, calcula que a empresa pode levantar no máximo R$ 2,765 bilhões caso encontre interessados para todos os ativos que pôs à venda, de acordo com informações publicadas pela Folha, nesta terça-feira (5). O valor seria suficiente para cobrir menos de um terço da dívida do grupo, que soma R$ 8,8 bilhões, mas chega a R$ 10,5 bilhões com a reserva para perdas possíveis.
Parte dos negócios, contudo, não deve encontrar interessados no momento, diz o relatório assinado pela consultoria FTI Consulting. Segundo o grupo, o plano de recuperação judicial vai incluir os recursos das vendas dos ativos e também receitas futuras da construtora, que ele pretende manter. O documento da consultoria, a que a Folha teve acesso, mostra por quanto cada um dos negócios do conglomerado está avaliado. O relatório foi formulado a partir de informações confidenciais do plano de negócios, fornecidas pela própria OAS. A avaliação do quanto a empresa pode levantar é central para os credores, que terão de negociar com a companhia o quanto receberão de volta e em quanto tempo.
Para eles, quanto mais dinheiro em caixa a empresa tiver, maior a chance de ter os valores pedidos de volta. Os termos de pagamento têm de estar no plano de recuperação judicial, que precisará ser aprovado pela maioria dos credores. Caso seja rejeitado, a falência do grupo será decretada. No ano passado, quando iniciou a busca por investidores dispostos a comprar ativos do grupo, a empresa esperava levantar até R$ 2,8 bilhões somente com a venda da Invepar, segundo executivos próximos às negociações. A participação de 24,4% da empreiteira na empresa, que é dona de concessões de rodovia, ferrovia, do metrô do Rio e do aeroporto de Guarulhos, segue como o ativo mais valioso do grupo. Mas está avaliada pelo relatório em apenas R$ 1,426 bilhão.
Segundo o documento da FTI Consulting, um acordo de venda deve ser fechado entre junho e julho deste ano. De tão enrolado, o estaleiro Enseada Paraguaçu, onde a OAS é sócia das empreiteiras Odebrecht e UTC e da japonesa Kawasaki, está na categoria de ativos que não devem encontrar interessados no momento.

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