Economia & Mercado

BTG Pactual tem futuro incerto após prisão do banqueiro André Esteves

Publicado em 06/12/2015, às 07h48   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)


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Experientes em crise, o BTG Pactual tenta sobreviver após a prisão do banqueiro André Esteves.Fundado nos anos 80, o banco foi criado e controlado pelo banqueiro Luiz Cezar Fernandes que permaneceu no reinado até começar a ruir em 1997, com a tentativa frustrada de comprar o antigo banco BCN. Ele foi abandonado na última hora pelos sócios André Jakurski e Paulo Guedes, que se opunham ao Pactual ir para as ruas disputar espaço com Bradesco e Itaú.
Luiz Cezar foi se afundando em dívidas de suas outras empresas. Aos poucos, foi trocando socorro financeiro dos sócios - entre eles, o jovem André Esteves- por parte de suas ações. No final de 1999, acabou sendo obrigado a vender os 12% restantes por US$ 80 milhões. Começava então a reinado de Esteves, ainda dividindo espaço com Sayão, hoje na Vinci Partners. Nos anos 2000, o banco apostou no chamado Novo Mercado da Bolsa, o segmento de alta transparência e respeito aos minoritários, e comandou a onda de aberturas de capital.
O sucesso foi tão grande que despertou a cobiça dos suíços do UBS, maior gestor de fortunas do mundo, que adquiriu o Pactual em 2006, por US$ 2,6 bilhões. Dois anos depois veio a crise americana, o UBS quase quebra e precisa ser socorrido pelo governo. À época, falava-se que Esteves teria liderado um grupo para derrubar os antigos controladores e comprá-lo barato; ele nega.
Fora do UBS, onde chegou a comandar a área de renda fixa global em Londres, Esteves volta ao Brasil, abre sua butique BTG (Banking and Trading Group) e recompra o banco dos suíços praticamente pelo mesmo valor, formando o BTG Pactual.O banco vira um dos campeões nacionais do governo Lula e arremata o PanAmericano do empresário Silvio Santos, em meio a escândalo de maquiagem de balanço. Com a compra da corretora chilena Serfin, consolida uma posição de destaque na América Latina.
No ano passado, comprou o suíço BSI, também gestor de fortunas, que agora está à venda. Para sobreviver, vai se desfazendo uma a uma das participações: foram-se a Rede D'Or, de hospitais e a próxima deve ser a Estapar, de estacionamentos.
Nas palavras de um ex-sócio, que pediu para não se identificar, fatalmente o Pactual tentará passar uma borracha no reinado de Esteves, perderá muitos clientes e "encolherá". "Se irá sobreviver é uma outra história.", analisou.
Informações do jornal Folha de São Paulo.

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