Economia & Mercado

Comerciantes reclamam do sumiço das moedas

Imagem Comerciantes reclamam do sumiço das moedas
A utilização de cartões de crédito e débito é apontada como uma das causas do déficit  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 17/08/2011, às 09h50   Redação Bocão News



Passar troco é sempre uma tarefa difícil, para a comerciante Maria Aparecida de Sousa, 45 anos, pior ainda quando há necessidade de moedas de R$ 0,50 e R$ 1,00. O problema atinge principalmente os micros e pequenos empresários, segundo o Sindicato dos Lojistas da Bahia (Sindilojas) e “causa um grande desconforto com os clientes”, garante Paulo Mota, presidente da entidade. A questão é: onde foram parar as moedas?
A maior utilização de cartões de crédito e débito em detrimento do menor uso do dinheiro é apontada por Mota como uma das possíveis causas do déficit. “As pessoas estão evitando andar com dinheiro, devido ao risco de assaltos”, opina. 
Enquanto uns reclamam da falta, outros comemoram o acúmulo de moedas nos conhecidos porquinhos. “Há seis anos que faço porquinho, começo a depositar moedas no início de cada ano e quebro o porquinho em dezembro”, conta a professora Manuela Moraes, 35 anos, que já conseguiu economizar mais de R$1mil. “Aproveito o dinheiro para pagar contas, impostos e despesas de final de ano”, diz.
O porquinho da vendedora Viviane Andrade, 26, tem até nome. “É o Fortunato e eu alimento ele, todos os dias, com moedas de R$ 0,25, R$ 0,50 e R$ 1,00”, relata, ela que diz ter encontrado uma maneira divertida de economizar dinheiro. “Esta é a primeira vez que faço e estou curtindo. Já devo ter uns R$ 600. Minha sogra e meu namorado também me ajudam com algumas moedinhas. Pretendo colocar tudo na poupança”, diz.
O Banco Central não tem uma estimativa de quanto em moedas esteja fora de circulação, guardados ou perdidos, porém garante que para suprir a ausência, gasta R$ 320 milhões por ano. A instituição possui hoje um estoque para atender seis meses de demanda.
Ano passado o BC realizou uma pesquisa com um total de 1.044 entrevistados, em todas as 26 capitais brasileiras e Distrito Federal. A amostragem apontou que as moedas de R$ 1,00 e R$ 0,50 são as que a população e o comércio mais sentem falta.
Os entrevistados afirmaram que a maioria das moedas é utilizada, ou seja, está em circulação. De acordo com a declaração da população pesquisada, a cada dez moedas que recebem, aproximadamente, sete são usadas no dia a dia. Dos que têm o hábito de deixar em casa ou no trabalho, maior parcela (40%) fica fora de circulação por apenas uma semana. 

Matéria de Roberta Cerqueira da Tribuna da Bahia desta quarta-feira (17).

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp