Economia & Mercado

Instabilidade faz dólar bater R$ 3,77 e interrompe negociações de títulos públicos

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É o sexto dia de alta da moeda americana  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 18/05/2018, às 13h15   Folhapress


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Em dia de forte instabilidade no mercado financeiro, o dólar bateu R$ 3,77 e a Bolsa chegou a cair quase 2% nesta sexta-feira (18), acompanhando o cenário externo. Às 12h35, o dólar comercial subia 1,40%, para R$ 3,752. É o sexto dia de alta da moeda americana. O dólar à vista, no mesmo horário, tinha alta de 1,40%, para R$ 3,752. No mundo, o dólar ganhava força ante 26 das 31 principais divisas globais às 12h36.

A Bolsa brasileira recuava 1,56%, para 82.318 pontos, no horário. As turbulências observadas no dólar e na Bolsa também afetaram os títulos públicos. O Tesouro informou que, devido à forte volatilidade nas taxas de juros dos títulos públicos nesta manhã, o Tesouro Direto foi suspenso às 9h50. A expectativa é de normalização por volta de 15h30 —antes, a projeção era de que as negociações fossem retomadas meio-dia.

Por trás das turbulências está a recuperação da economia americana, que gera expectativa de um aumento da inflação que possa levar o banco central dos Estados Unidos a acelerar o processo de alta de juros no país. "O mercado todo imaginava movimento de correção mais lento e gradual", diz Paulo Saba, diretor de Tesouraria do Banco Daycoval. Para ele, parte da culpa das instabilidades é do próprio mercado. "Na hora que alguém grande começa a deslocar recursos olhando para taxas americanas e deslocando de emergentes para o dólar, tem um efeito manada."

Os rendimentos dos títulos americanos com vencimento em dez anos, que encostaram em 3,12% nesta quinta-feira, recuaram para 3,077% nesta sexta. Uma semana atrás, estavam em 2,97%. Nos Estados Unidos, os indicadores americanos operam sem uma direção definida. O índice Dow Jones sobe 0,06%, o S&P 500 recua 0,1% e o índice da Bolsa Nasdaq perde 0,12%.

Para Alvaro Bandeira, economista-chefe da Modalmais, a percepção de risco maior para emergentes se mantém. "Além disso, [pesam] declarações sempre polêmicas de Donald Trump sobre dificuldades nas negociações comerciais com a União Europeia e também certo desdém com o próximo encontro com a Coreia do Norte", afirmou, em relatório.

O CDS (credit default swap, espécie de seguro contra calote) também espelha o aumento da percepção de risco-país. O indicador avança 4,30%, a 202,6 pontos, no maior nível desde setembro do ano passado. No mercado de juros futuros, os contratos mais negociados sobem. O DI com vencimento em julho de 2018 avança de 6,407% para 6,425%. O DI para janeiro de 2019 subia de 6,600% para 6,735%.

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