Economia & Mercado

Chanel abre suas contas pela primeira vez e revela US$ 10 bilhões em vendas

Imagem Chanel abre suas contas pela primeira vez e revela US$ 10 bilhões em vendas
Controladores da marca possuem fortuna de US$ 46 bilhões  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 22/06/2018, às 07h41   Folhapress


FacebookTwitterWhatsApp

A Chanel, conhecida por seu perfume nº 5, por seus vestidinhos pretos, e pelo sigilo sobre suas finanças, abriu suas contas pela primeira vez e revelou vendas de quase US$ 10 bilhões no ano passado —número que fica próximo dos resultados da Louis Vuitton, a líder do setor de bens de luxo.

A abertura das contas também revela fortuna muito superior à estimada anteriormente para os dois irmãos que controlam a empresa. Alain e Gérard Wertheimer têm, cada um, o patrimônio de US$ 23 bilhões, com base nos resultados da empresa, cerca de US$ 8,7 bilhões a mais do que a Bloomberg calculava anteriormente em seu Billionaires Index. Isso os coloca no quarto e quinto posto entre as pessoas mais ricas da França, e entre as 40 pessoas mais ricas do planeta.

A empresa francesa de capital fechado afirmou ter revelado seus números em parte para rebater os boatos de que poderia ser adquirida. A Chanel registrou lucro líquido recorde de US$ 1,8 bilhão no ano passado, sobre receitas de US$ 9,6 bilhões. As vendas subiram em 11%, em base cambial constante, em um período no qual o setor está se beneficiando das vendas asiáticas.

"Nossa força financeira nos dá os meios para nos mantermos independentes e para nos concentrarmos no longo prazo", afirmou o vice-presidente de finanças da companhia, Philippe Blondiaux, em comunicado.

Um porta-voz da Chanel disse que a empresa não comentaria de imediato sobre o patrimônio dos irmãos Wertheimer.

O avô dos Wertheimer adquiriu uma participação majoritária na empresa de Gabrielle "Coco" Chanel, nos anos 20. Ela fundou a companhia que leva seu nome em 1910, e revolucionou a moda com uma silhueta elegante e esportiva que pôs fim rapidamente aos espartilhos e aos babados da Belle Époque. Em 1983, os Wertheimer contrataram o estilista alemão Karl Lagerfeld para assumir a direção artística da casa. Lagerfeld, instantaneamente reconhecível por seu uniforme de peruca branca e óculos de lentes negras, tem 84 anos, e a empresa não divulgou planos sobre sua sucessão.

"Somos uma família muito discreta; nunca falamos", Gérard teria dito, segundo o The New York Times, em um artigo de 2002. "Coco Chanel é o tema. Karl é o tema. Todas as pessoas que trabalham na Chanel são o tema. Os Wertheimer não são o tema".

Os números revelados pela Chanel são munição para a corrida do sucesso entre as grandes marcas de moda, depois que a Gucci, controlada pela Kering, anunciou que planeja elevar sua receita a €10 bilhões de euros (US$ 11,6 bilhões), ante € 6,2 bilhões (US$ 7,2 bilhões) no ano passado. Isso rivalizaria com a receita da Louis Vuitton, parte do grupo LVMH e por muito tempo o nome mais lucrativo do setor de moda. Com o salto de 45% que conquistou em sua receita no ano passado, a Gucci ultrapassou a Hermès International.

Embora a Gucci esteja crescendo mais rápido, a Chanel vem confiando na força de sua divisão de cosméticos, enquanto suas rivais se concentram mais na moda e em bolsas. A Chanel informou que o propulsor do crescimento de sua receita no ano passado foi a nova fragrância Gabrielle Chanel, além de suas coleções prêt-à-porter e de produtos de couro.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp