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Zurich, sócia da CCR, vai desistir de Viracopos caso não haja solução rápida

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A Zurich tem uma parceria com a gestora IG4 Capital para apresentar uma proposta aos credores de Viracopos   |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 25/07/2018, às 12h14   Redação BNews



O principal executivo da Zurich Airport na América Latina, Stefan Conrad, disse que a empresa desistirá do aeroporto de Viracopos se não houver um sinal claro até o fim do ano de que "será parte da solução" do negócio. 

Segundo o site Valor Econômico, a Zurich tem uma parceria com a gestora IG4 Capital para apresentar uma proposta aos credores de Viracopos e assumir o controle do aeroporto localizado em Campinas (SP), que está em recuperação judicial.

Ainda segundo a publicação, nos próximos dias, a concessionária do aeroporto, a Aeroportos Brasil Viracopos (ABV), que tem entre os sócios a Triunfo e a Infraero, irá ajuizar o plano para reestruturar R$ 2,88 bilhões em dívidas. Paralelamente, a IG4 e Zurich "correm por fora" e negociam com credores desconto nos débitos, trabalho mais a cargo da gestora.

Além da dívida com os credores, Viracopos vive situação difícil por conta de desequilíbrios no contrato de concessão que o poder concedente não reconhece. Sem compensação por perdas em receitas como a da tarifa de armazenagem, que o governo reduziu dias depois da assinatura do contrato, em 2012, dificilmente o aeroporto voltará ao equilíbrio. 

O executivo está desde setembro no Brasil, conduzindo a partir do Rio de Janeiro a expansão dos negócios da companhia suíça na América Latina. No país, a Zurich tem dois ativos. É sócia da CCR no bloco privado da concessionária que controla o aeroporto de Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte, e é concessionária, sozinha, do aeroporto de Florianópolis, arrematado no ano passado.

A empresa se classifica como investidora de longo prazo no Brasil. Além do interesse em Viracopos, está olhando a nova rodada de concessões de 13 aeroportos, prevista para ocorrer no quarto trimestre. Os terminais serão transferidos em três blocos. O do Nordeste é formado pelos aeroportos de Recife (PE), Maceió (AL), Aracaju (SE), Juazeiro do Norte (CE), João Pessoa e Campina Grande (PB). O bloco Sudeste inclui Vitória (ES) e Macaé (RJ). Os outros cinco aeroportos formam o bloco Centro-Oeste, todos em Mato Grosso (Cuiabá, Sinop, Barra do Garças, Rondonópolis e Alta Floresta).

Além do aeroporto de Zurique, na Suíça, um dos mais bem avaliados do mundo, a companhia tem seis aeroportos na América Latina. Os dois no Brasil, dois no Chile, um na Colômbia, e um em Curaçao. O grupo faturou em 2017 o equivalente a R$ 1 bilhão, com lucro líquido de R$ 286 milhões.

Conrad falou ainda sobre o imbróglio em torno da reabertura de voos de média e longa distâncias em Pampulha (MG) que, segundo ele, representa um risco para Confins. No ano passado, o governo tentou reabrir Pampulha, da Infraero, para voos que já são feitos por Confins. A concessionária recorreu à Justiça e obteve uma decisão provisória para impedir a medida. O Tribunal de Contas da União (TCU) também deu uma cautelar contrária à reabertura de Pampulha, alegando que a tentativa do governo não tinha respaldo técnico e era uma decisão política. Na concessão de Confins, cujo leilão foi em 2013, não havia previsão de expansão de voos desse tipo em Pampulha.

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