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Dia dos Namorados: casais devem gastar menos com presentes e data será de “lembrancinhas”

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A expectativa da FecomércioBA no mês de junho é de uma queda em todas as atividades de 4%   |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 12/06/2019, às 11h40   Shizue Miyazono



Apesar de ser a terceira data mais importante para o comércio brasileiro, o Dia dos Namorados não deve ser de comemoração para os lojistas. Segundo o assessor econômico da FecomércioBA, Guilherme Dietze, os setores mais procurados são os de roupa e calçados, perfumaria e cosméticos e eletrônico.

“A intenção [de gastos] é um pouco menor do que o ano passado por causa do cenário pouco favorável. A inflação está mais alta do que esse mesmo período do ano passado, os juros para o consumidor estão mais alto, então são dois fatores cruciais para evitar consumo. Diante disso, a gente espera um consumo menor”, avaliou Dietze.

Esse é o caso da psicóloga Luana Midorie Abe do Amaral, de 26 anos, que não pretende gastar muito nesta data. Ela explicou ao BNews que, nos anos anteriores, ela e o namorado iam juntos comprar os presentes. “Como a gente já tem um tempo junto [cinco anos de namoro e um de noivado], eu vou com ele e escolho o meu [presente], ele dá o valor e eu escolho e eu dou o mesmo valor e ele escolhe o dele. Mas esse ano ele foi o primeiro a dizer e eu também falei 'concordo com você'. Ele falou assim: Oh, esse ano acho que não vai ter aquele negócio não, aquele dinheiro acho que não vai rolar, vai ter que ser algo improvisado", contou Luana.

A psicóloga afirmou que pretende gastar R$ 30 com o presente do namorado: "Vou fazer uma cesta de café ou uma cesta com algumas cervejas e aperitivos, que é o que ele gosta, incrementar com o que tem em casa, fazer recadinho para deixar mais animada”.

Queda no comércio no mês de junho

Para o mês de junho, que engloba o Dia dos Namorados e São João, a expectativa do FecomércioBA é de uma queda em todas as atividades de 4%. Apesar disso, o assessor explicou que a retração não deve ser vista de forma negativa. “Ano passado teve uma alta de 2%, o grande ponto, é que junho do ano passado teve uma recuperação da greve dos caminhoneiros. Maio teve uma queda muito forte e junho teve uma alta muito forte para compensar, foi um mês atípico. Então, a base de comparação que a gente teve agora em comparação com junho do ano passado foi mais alta. Esses 4% não devem ser levados de forma muito negativa”.

Para Dietze, os números mostram uma queda na intenção de consumo das famílias na Bahia, assim como em todo o país, e ele explica que é um reflexo do cenário da a economia atual. “No início do ano, se esperava que já houvesse um quadro melhor de emprego, de renda, de inflação e o que a gente está vendo é que o desemprego permanece ainda muito elevado, então houve essa retração por causa dessa conjuntura desfavorável [...] O cenário não é dos mais favoráveis, o quadro é abaixo das expectativas, a palavra que estou usando é: frustrante”.

Segundo a FecomércioBA, o índice de Intenção de Consumo mostrou queda de 5,2% na média de abril e maio contra o bimestre imediatamente anterior. A inflação oficial na Região Metropolitana passou dos 5%, sendo que o grupo alimentos e bebidas, principal gasto das famílias, registrou alta de 8,24% em 12 meses. Isso mostra, segundo a federação, que os setores de bens essenciais são os que tem tido um melhor desempenho.

Com isso, o Dia dos Namorados deve continuar sendo das lembrancinhas e as festas juninas tendem a ser mais modestas.

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