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Presidente da Fieb prevê estagnação de setores da indústria baiana em 2020

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Cenário tende a voltar a crescer em 2021, segundo Ricardo Alban  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 16/12/2019, às 15h26   Yasmin Garrido e Léo Sousa



O presidente da Federação das Indústrias da Bahia (Fieb), Ricardo Alban, prevê um cenário de estagnação em alguns setores da indústria da Bahia em 2020. A avaliação foi feita durante encontro com a imprensa para falar da perspectiva do setor para o ano que vem, na manhã desta segunda-feira (16).

"A gente tem falado que, pela característica da nossa indústria e o grosso da concentração da nossa indústria, nós temos que verificar que elas estão num momento onde não vão permitir respostas em 2020", avaliou Alban.

O representante da Fieb ressaltou a importância do setor de óleo e gás para a indústria baiana. "Nós temos a refinaria representando uma participação importante no nosso valor agregado industrial", afirmou.

O setor, no entanto, não deve dar respostas "tão importantes" em 2020. "Não vamos ter nenhuma reativação, modernização ou ampliação de capacidade, escopo, portfólio, nada disso. Então, nós não podemos esperar respostas da refinaria que têm resultados tão importantes. Mas, asim, com organização, ela deverá ser uma alavancadora não só de novos projetos, como também da logística portuária e de combustíveis, na Bahia e no Nordeste", acentuou Alban.

A Fieb prevê um processo de privatização para o setor. "Temos alguns candidatos aí, umas trades e outras operadoras chinesas entrando, que só deverão concretizar o processo de compra, pelo próprio ciclo desse processo, no final de 2020. Então, seguramente, nada vai acontecer até lá, em termos de refinaria", antecipou.

Outro setor de peso, a celulose não apresenta perspectivas de crescimento para o ano que vem, segundo a Fieb. "A celulose, que é um outro vetor importante aqui, de PIB, ela sofreu muito esse ano em termos de preço pela queda do consumo da China. A previsão que nós temos aqui da China é ela crescer igual a esse ano. Então não se espera um grande crescimento de volume de celulose no mundo, porque nós ainda estamos com a economia mundial sob observação, digamos assim, e os preços, o pessoal da celulose acredita que devem ser um pouquinho melhores. Mas não vamos dar essas respostas de novos investimentos abruptos ao longo do próximo ano", explica Ricardo.

Por outro lado, segundo o presidente da Fieb, estão previstos alguns investimentos no estado. "Nós temos ali no Cimatec Park já fechado um novo investimento de R$ 330 milhões ao longo de cinco anos, onde já estamos assinando os primeiros R$ 50 e poucos milhões na área de petróleo e gás. Isso é laboratórios pra dar pesquisas, porque o setor de óleo e gás vai continuar pujante. Então esse é um foco que nós vamos ter", anunciou.

Um "grande investimento" também está previsto para ser anunciado em breve em Aratu. Mas, por ser de capital intensivo, ele "vai ter um tempo de maturação em 2020".

A mineração terá "alguma movimentação", puxada, na avaliação de Ricardo Alban, pelo andamento da Ferrovia de Integração Oeste-Leste, "com as definições do Porto Sul e a utilização de alguma parte da celulose pelo porto de Ilhéus".

A previsão, no entanto, é de que vai ser difícil o setor, no estado, ter crescimento superior à média nacional. "2021 não, acho que nós já temos tudo pra isso", diz Alban com otimismo. 

A receita para o crescimento da indústria baiana, para o presidente da Fieb, é uma maior aproximação com gestões de municípios, estado e União. "O que nós precisamos é trabalhar cada vez mais próximos dos governos municipais de cada região onde se instalam as indústrias, do governo estadual na sua política de atração de investimentos e de estímulo ao desenvolvimento, e os governos federais, pra que a gente possa, juntos, mitigar cada vez mais esses hiatos que existem", prega.

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