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Azul e Latam fecham acordo para compartilhamento de voos regionais no Brasil

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O acordo inclui, inicialmente, 50 rotas não sobrepostas que ligam as cidades de Brasília, Belo Horizonte, Recife, Porto Alegre, Campinas, Curitiba e Guarulhos  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Instagram/Latam

Publicado em 17/06/2020, às 07h54   Redação BNews


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A Azul Linhas Aéreas fechou um acordo de compartilhamento de voos (codeshare) com a Latam com o objetivo de ampliar as conexões de seus voos regionais com capitais que são atendidas atualmente pela sua concorrente. Segundo informações publicadas pelo Valor Econômico, em teleconferência para jornalistas, John Rodgerson, presidente da Azul, disse que a escolha foi a Latam e não a Gol porque tem menos sobreposição de voos com a Latam do que com a Gol.

“Além de ter menos sobreposição, a Latam atende mais destinos fora do Brasil. Nossas malhas se complementam dentro e fora do país. Foi natural juntar as ofertas”, afirmou.

O acordo inclui, inicialmente, 50 rotas não sobrepostas que ligam as cidades de Brasília, Belo Horizonte, Recife, Porto Alegre, Campinas, Curitiba e Guarulhos.

O vice-presidente de receitas da Azul, Abhi Shah, disse que com a parceria com a Latam, a Azul terá oportunidade de ampliar a oferta de voos em cidades menores e destinos regionais e, futuramente, para destinos na América do Sul e em voos intercontinentais.

“Existe possibilidade de criarmos uma oferta muito mais abrangente para os clientes”, afirmou Shah. No curto prazo, o plano das companhias é compartilhar voos em destinos dentro do Brasil.

Ainda de acordo com as informações do Valor, as empresas vão ajustar seus sistemas de vendas e espera começar a venda conjunta de algumas rotas a partir de agosto. “Vamos falar com os parceiros estrangeiros, mas acredito que irão aprovar. O acordo é bom para todos. O que as empresas estrangeiras querem é mais conectividade dentro do Brasil, e vamos ter com o acordo mais conexões”, disse Shah.

A Azul informou que não pensa em uma futura fusão com a Latam Airlines. “Nosso prato está bem cheio agora com tudo o que temos para fazer durante a pandemia. Não temos plano de fusão”, afirmou Rodgerson. 

A Latam Airlines, por sua vez, pediu recuperação judicial nos Estados Unidos, envolvendo dívidas de quase US$ 18 bilhões. O grupo também enfrenta dificuldades para arcar com suas dívidas durante a pandemia, que levou as empresas a reduzir em mais de 90% os seus voos em abril. A retomada de voos e da demanda tem sido lenta deste então.

Crise no setor

Ao Valor, o presidente da Azul disse que a crise provocada pela pandemia de covid-19 levou as empresas a sentarem para discutir mecanismos de geração de receita adicional no momento. O acordo com a Latam foi assinado ontem e não tem um prazo mínimo de duração.
A Azul espera concluir em breve acordo com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para receber o pacote de socorro que prevê um financiamento de até R$ 2 bilhões por empresa aérea. O recurso será fornecido pelo BNDES e um grupo de bancos privados.

Ontem, a Embraer anunciou a conclusão de um acordo de financiamento com o BNDES de US$ 600 milhões. A fabricante faz parte das empresas contempladas no pacote. Rodgerson disse acreditar que o recurso será liberado em breve. O executivo acrescentou que considerou a ajuda do governo “muito humilde”.

“A TAP acabou de receber 1,2 bilhão de euros de ajuda do governo português. Uma empresa menor que Gol, Latam e Azul recebe mais apoio de um país menor do que o Brasil. A arrecadação de impostos do setor aéreo é importantíssima para o governo. Além disso, o governo está emprestando um dinheiro que vai receber de volta com juros altos, não é uma doação. É um empréstimo que vai trazer grande retorno para os brasileiros”, criticou o executivo.

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