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Indústria baiana deve crescer em 2021 apesar da pandemia, prevê Fieb

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Na última quinta (17), a federação divulgou estimativas e análises setoriais elaboradas pela Gerência Executiva de Desenvolvimento Industrial  |   Bnews - Divulgação Divulgação/SEI

Publicado em 18/12/2020, às 17h02   Redação BNews


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A Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb) avalia que embora as expectativas para 2021 apontem para um ano desafiador, os impactos para a indústria podem ser minimizados pela perspectiva de início da vacinação para o novo coronavírus.

Na última quinta-feira (17), a federação divulgou  estimativas e análises setoriais elaboradas pela equipe da Gerência Executiva de Desenvolvimento Industrial para o próximo ano.

O  material busca avaliar o desempenho da indústria baiana em um ano marcado pela pandemia, e consequentes impactos sobre a economia, bem como apresentar as perspectivas para 2021.

A entidade avalia que apesar das retrações, a indústria baiana deve fechar o ano com um quadro de "relativa estabilidade". A estimativa é de recuperação nos últimos meses do ano, caminhando para uma projeção de crescimento em 2021 da ordem de 5%.

“O Brasil vai precisar – e esta é uma necessidade imperativa diante do impacto que a pandemia causou –, avançar nas reformas administrativa e tributária, há muito demandadas, sob pena de perdermos a oportunidade de restabelecer um ambiente favorável para a retomada do crescimento”, avalia Ricardo Alban, presidente da FIEB.  

O superintendente da FIEB, Vladson Menezes, por sua vez, destacou os impactos da pandemia na economia baiana e a estimativa de queda de 4,7% no PIB estadual. “Esta é a segunda pior queda da série, ficando atrás somente do ano de 2016, quando o declínio chegou a 6,2%”, destaca. 

Com participação de 21,8% no Produto Interno Bruto (PIB) do estado e ocupando a 7ª posição no ranking nacional, com 4,3% de participação no Valor da Transformação Industrial (VTI), a indústria de transformação foi um dos segmentos afetados pela pandemia da Covid-19. Determinados setores registraram quedas acima de 30% na produção física.  

Construção 

O estudo destaca algumas surpresas, a exemplo da reação da indústria da construção, que começou o ano com perspectiva de retração (-6,1%) e registrou até outubro de 2020 saldo positivo (2,2%). 

A Fieb avalia que a indústria da construção foi impulsionada por investimentos em infraestrutura urbana, principalmente na Região Metropolitana de Salvador, e pela adoção de uma política de juros baixos para o setor habitacional. 

Para 2021, a Federação acredita que haverá uma ampliação do ritmo de crescimento, sobretudo a partir do início das obras da FIOL e do Porto Sul - além de eventuais concessões rodoviárias.

Para além da construção, a indústria baiana deverá ser impulsionada em 2021 principalmente pelos setores automotivo e de refino, que tendem a manter o ritmo de crescimento ou a superar as perdas de 2020. 

Automotivos e outros

As empresas do setor automotivo, por sua vez, trabalham com uma projeção de crescimento de 20% a 25% no próximo ano - desde que não haja novas medidas restritivas não sejam adotadas para conter um eventual aumento nos casos de Covid-19.

Já o setor de papel e celulose registrou crescimento de 7,4% no acumulado do ano até outubro, ficando atrás apenas do setor de refino - que cresceu 18,1% no mesmo período. 

Para 2021, não há expectativa de um crescimento expressivo na indústria de celulose, considerando que o setor, trabalhando próximo ao limite da sua capacidade, encontra entraves para expansão da sua produção.   

O setor petrolífero foi o que teve melhor desempenho este ano, e tem projeção positiva de crescimento para 2021. A Fieb sugere que o desempenho do segmento tenha sido motivado pela elevação da demanda internacional por bunker, óleo combustível utilizado na navegação, que deve continuar firme. 

A refinaria é uma das poucas plantas nacionais com capacidade de produção deste insumo, muito procurado em razão do baixo teor de enxofre do combustível produzido na Bahia. 

Não se tem perspectiva de grandes projetos para o setor industrial baiano em 2021. A maior aposta de curto prazo continua sendo a de que a venda da RLAM e dos campos maduros pela Petrobras dará um novo impulso a indústria.

Classificação Indicativa: Livre

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