Economia & Mercado

Ações da Americanas surpreendem após divulgação de detalhes do rombo bilionário

Tânia Rêgo/Agência Brasil
Investigação independente vem sendo feita sobre o rombo bilionário na Americanas  |   Bnews - Divulgação Tânia Rêgo/Agência Brasil

Publicado em 13/06/2023, às 13h54   Cadastrado por Sanny Santana


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As ações da Americanas subiram 20% após a divulgação detalhada dos resultados preliminares da investigação independente que vem sendo feita sobre a fraude que abriu um rombo bilionário nas finanças da varejista.

O realatório, apresentado pelo Conselho de Administração da companhia, mostra um esquema de contratos sem a efetiva contratação de fornecedores e com participação dos diretores, incluindo o ex-CEO Miguel Gutierrez. No pico da alta na Bolsa, os papéis alcançaram a máxima de R$ 1,38, valorização de 18,97%.

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Os documentos analisados informam que "as demonstrações financeiras da companhia vinham sendo fraudadas pela diretoria anterior" e afirmam que "os esforços da diretoria anterior para ocultar do Conselho de Administração e do mercado em geral a real situação de resultado e patrimonial da companhia".

Gutierrez comandou a Americanas por cerca de 20 anos e deixou a companhia no fim do ano passado. Além dele, a investigação indicou a participação de outros diretores, já afastados, na fraude. São eles:

  • Miguel Gutierrez, que deixou a companhia em 31 de dezembro de 2022.
  • José Timótheo de Barros, afastado das funções executivas em 3 de fevereiro de 2023 e que comunicou sua renúncia em 1º de maio de 2023.
  • Anna Christina Ramos Saicali, Márcio Cruz Meirelles, Fábio da Silva Abrate, Flávia Carneiro e Marcelo da Silva Nunes, também afastados em 3 de fevereiro de 2023

De acordo com o relatório, a fraude aconteceu por um período "significativo" e atingiu, em números preliminares e não auditados, o montante de R$ 21,7 bilhões em 30 de setembro de 2022.

Ainda segundo o comunicado, foram identificados diversos contratos de verba de "propaganda cooperada" e instrumentos similares (“VPC”), que teriam sido artificialmente criados para melhorar os resultados operacionais da companhia.

Contratos fictícios

Contratos fictícios eram lançados em balanço como redutores de custo. Mas, segundo o relatório, não havia a efetiva contratação de fornecedores. O relatório explica a maneira como essas operações foram descriminadas nos balanços da companhia.

Ainda é informado no documento que as contrapartidas contábeis para esses contratos "se deram majoritariamente na forma de lançamentos redutores da conta de fornecedores, totalizando, em números preliminares e não auditados, R$ 17,7 bilhões em 30 de setembro de 2022".

A diferença de R$ 4 bilhões teve como contrapartidas lançamentos contábeis em outras contas do ativo da companhia, diz o documento.

A investigação apontou ainda que, como forma de gerar o caixa necessário para a continuidade das operações da Americanas, a diretoria anterior contratou uma série de financiamentos "sem as devidas aprovações societárias e todas inadequadamente contabilizadas no balanço patrimonial da companhia de 30 de setembro de 2022 na conta fornecedores".

De acordo com a Americanas, "a indevida contabilização dessas operações de financiamento nos demonstrativos financeiros não permitiu a correta determinação do grau de endividamento da companhia ao longo do tempo".

As informações são do O Globo.

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