Economia & Mercado
Publicado em 15/08/2023, às 16h51 Cadastrado por Victória Valentina
A Bahia registrou uma taxa de desemprego de 13,4% neste 2º trimestre de 2023, abaixo da registrada no 1º trimestre (14,4%). Esse é o menor número em oito anos, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) Trimestral, divulgada nesta terça-feira (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IGBE).
Com o recuo, o estado deixou de ser o indicador mais elevado do país, ficando em 2º lugar. De abril a junho, a taxa baiana foi superada pela de Pernambuco, que alcançou 14,2%. Mesmo assim, a taxa de desocupação na Bahia segue acima da média nacional (8% no 2º trimestre) e equivale a quase seis vezes mais que a registrada em Rondônia (2,4%).
Por sua vez, o município de Salvador registrou, de abril a junho, uma taxa de desocupação maior do que a do estado como um todo (16%), mas que também caiu frente ao trimestre anterior (quando havia sido de 16,7%). Foi a menor taxa para um 2º trimestre, na cidade, desde 2015, quando o indicador tinha ficado em 14,2%.
Com isso, a capital baiana deixou de ser as maior taxa de desocupação entre as capitais brasileiras, após quatro trimestres consecutivos na liderança, sendo superada por Recife (PE), com 16,3%. A Região Metropolitana de Salvador (RMS), por sua vez, manteve uma taxa maior que na Bahia e na capital: 16,6%.
A taxa de desocupação mede a proporção de pessoas de 14 anos ou mais de idade que estão desocupadas (não trabalharam e procuraram trabalho) em relação ao total de pessoas que estão na força de trabalho, seja trabalhando (pessoas ocupadas) ou procurando (desocupadas).
Número de desocupados
A queda significativa da taxa de desocupação na Bahia, em comparação entre o 1º e o 2º trimestres de 2023 se deu principalmente pelo crescimento de pessoas trabalhando (ou população ocupada), passando de 5,893 milhões para 6,032 milhões (+2,4% ou mais 139 mil trabalhadores de um trimestre para o outro).
Esse avanço ajudou a reduzir em 6,2% o número de pessoas desocupadas (que não estavam trabalhando, procuraram trabalho e poderiam ter assumido caso tivessem encontrado), de 994 mil para 932 mil, entre o 1º e o 2º trimestres.
Essa é a menor população desocupada para a Bahia, se comparado ao 2º trimestre, em oito anos, desde 2015, ano em que havia 927 mil pessoas procurando trabalho no estado.
Do 1º para o 2º trimestre, também houve discreta redução da população fora da força de trabalho (que por algum motivo não estava trabalhando nem procurou trabalho), de 5,216 milhões para 5,166 milhões de pessoas (-1,0%, ou menos 50 mil pessoas).
Na estimativa nacional, havia 3,672 milhões de desalentados no Brasil, número que caiu tanto frente ao 1º trimestre (-5,1% ou menos 199 mil pessoas) quanto frente ao 2º trimestre do ano passado (-13,9% ou menos 593 mil pessoas).
A população desalentada é aquela que está fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem, ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade. Entretanto, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga.
Trabalhadores
O crescimento da população ocupada do 1º para o 2º trimestre de 2023, na Bahia, se deu pelo aumento de pessoas empregadas no setor privado com carteira assinada e no setor público. Por isso, a taxa de informalidade no mercado de trabalho apresentou uma leve queda neste período (de 53,7% para 52,7%).
No 2º trimestre, os empregados privados com carteira assinada no estado somavam 1,605 milhão de pessoas, 4,6% ou 70 mil trabalhadores a mais do que no trimestre anterior e o maior contingente para um 2º trimestre em oito anos, desde 2015 (quando eram 1,766 milhão). Já os empregados do setor público chegaram a 834 mil, 6,0% ou 47 mil a mais do que no 1º trimestre. Foi o maior número de trabalhadores nessa condição de ocupação, para um 2º trimestre, na Bahia, em todos os 11 anos de série histórica da PNAD Contínua, iniciada em 2012.
Ainda entre as ocupações formalizadas, os trabalhadores por conta própria com registro no Cadastro Central de Pessoa Jurídica (CNPJ) também mostraram avanço, entre o 1º e o 2º trimestres, de mais 43 mil trabalhadores (+21,3%, maior taxa de crescimento), chegando a 245 mil.
Entre abril e junho de 2023, 3,176 milhões de pessoas trabalhavam como informais no estado. O número teve uma discreta alta frente ao trimestre anterior (era de 3,167 milhões), mas a taxa caiu porque o total de trabalhadores formais cresceu bem mais.
São considerados informais os empregados no setor privado e domésticos que não têm carteira assinada, os trabalhadores por conta própria ou empregadores sem CNPJ e as pessoas que trabalham como auxiliares em algum negócio familiar.
Atividades em alta
O maior aumento absoluto foi verificado em comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (+73 mil pessoas ocupadas no período), seguido pela alta na ocupação na administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (+55 mil trabalhadores).
Em terceiro lugar, veio a atividade de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas, com mais 53 mil pessoas ocupadas e o maior crescimento percentual do período (+11,0%).
Na contramão, as atividades que apresentaram redução no número de trabalhadores foram a indústria em geral (-51 mil ocupados) e transporte, armazenagem e correio (-26 mil trabalhadores entre o 1º e o 2º tri).
Na comparação com o 2º trimestre de 2022, o número de trabalhadores também aumentou em 5 das 10 atividades, lideradas pelo segmento de informação e comunicação (+77 mil pessoas ocupadas) e pelo comércio (+21 mil)
No outro extremo, em um ano, a indústria geral tem a maior perda de trabalhadores (-56 mil, que equivalem a uma redução de 10,5%, a maior em termos percentuais). Em seguida, vem a agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (-48 mil trabalhadores entre os 2ºs trimestres de 2022 e 2023).
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