Economia & Mercado

Banco Central deve cortar juros após um ano de Selic a 13,75%

Marcello Casal Jr / Agência Brasil
Copom se reúne para discutir a taxa básica de juros brasileira  |   Bnews - Divulgação Marcello Casal Jr / Agência Brasil

Publicado em 02/08/2023, às 08h16   Cadastrado por Tácio Caldas


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A reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) que decidirá sobre a taxa básica de juros, que está estacionada em 13,75% ao ano desde agosto de 2022 acontecerá nesta quarta (2). Inclusive, o mercado financeiro entende que a Selic deve ter o primeiro corte desde agosto de 2020, mesmo alguns analistas divergindo quanto ao tamanho dessa redução.

Corte de 0,25 é aposta de um BC 'cauteloso'

De acordo com especialistas ouvidos pelo UOL, é provável que o Banco Central adote uma postura 'conservadora'. Segundo eles, é mais provável que aconteça um corte de 0,25 ponto percentual, reduzindo a Selic para 13,5%.

Isso porque, embora o mercado aposte em inflação menor em 2023, o BC ainda precisa de expectativas mais consolidadas para 2024, algo que está caminhando, se lembrarmos do Arcabouço Fiscal, que ainda precisa ser aprovado em definitivo e sancionado por Lula (PT).

Os analistas ainda reforçam que há muitas incertezas relacionadas a inflação e os juros nos Estados Unidos e na Europa, algo que pode ter uma influência direta no Brasil, uma vez que é algo que pode gerar uma maior pressão no preço das commodities.

Ainda segundo eles, o BC não tem pressa para afrouxar a política monetária porque o problema são os riscos que podem vir a acontecer à frente. Outro ponto que eles observam também é que mesmo que o brasileiro já sinta o impacto da desaceleração da inflação geral, a inflação sobre os serviços tende a ser mais persistente e levar o Banco Central a ter um comportamento mais cauteloso, levando os especialistas a acreditarem em corte de 0,25 ponto percentual.

Além disso, outra coisa que deve ser observada é que ainda está acontecendo um período de ajuste nos juros dos países avançados, como o BCE que ainda deve subir os juros até o final do ano. Isso tende a limitar um pouco o espaço para a flexibilização monetária em países emergentes, como o próprio Brasil.

'Há espaço' para redução de 0,50

Apesar de todo esse cenário um tanto quanto duvidoso, a inflação de julho surpreendeu e fez crescer apostas na realização de um corte maior sendo feito pelo BC brasileiro. Os analistas mais otimistas, que também foram consultados pelo UOL, acreditam que os últimos dados de inflação, que indicou uma deflação de 0,07% ao mês, pode levar a uma queda maior nos juros, de 0,50 ponto, para 13,25% ao ano.

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