Economia & Mercado

Bolsa sobe e dólar recua para R$ 4,87 nesta sexta-feira (5)

Reprodução Pixabay
Nesta sexta-feira (5), o dólar caiu 0,71%, para R$ 4,8714, menor valor desde o último pregão de 2023  |   Bnews - Divulgação Reprodução Pixabay

Publicado em 05/01/2024, às 19h08   Folhapress


FacebookTwitterWhatsApp

O mercado financeiro local teve uma sexta-feira (5) positiva, porém, não o suficiente para reverter o tom negativo dos primeiros pregões do ano com o temor sobre a trajetória dos juros nos Estados Unidos.

Nesta sexta-feira (5), o dólar caiu 0,71%, para R$ 4,8714, menor valor desde o último pregão de 2023, quando fechou a R$ 4,8520. Nesta semana, a moeda americana acumulou alta de 0,4%.

O Ibovespa fechou a sessão em alta de 0,60%, a 132.023 pontos. Neste ano, no entanto, o índice acumula perda de 1,61%, segundo dados da CMA.

Nesta sessão, investidores repercutiram a divulgação do relatório de criação de empregos não-agrícolas nos Estados Unidos em dezembro, o payroll. Foram 216 mil contratações líquidas em dezembro, informou o Departamento do Trabalho dos EUA nesta sexta. O número é bem maior que o esperado pelos economistas consultados pela Reuters, que previam abertura de 170 mil empregos.

Já o pagamento médio por hora aumentou 0,4% em dezembro, mantendo o mesmo ritmo de crescimento do mês passado. Na comparação anual, a alta foi de 4,1%.

Um mercado de trabalho mais forte do esperado, com aumento dos salários é um risco para a inflação americana. Por lá, o aumento de preços somou 3,1% de novembro de 2022 a novembro de 2023, acima da meta de 2% do Fed, o banco central americano.

Com uma baixa taxa de desemprego (3,7%) estável e com a atividade econômica resiliente, o Fed pode escolher manter a taxa de juros alta para combater a inflação, sem prejuízo para a economia. Atualmente, o juro está na faixa de 5,25% a 5,50% e a aposta da maioria dos economistas é que ele vai baixar 0,25 ponto percentual já em março. Com a força do mercado de trabalho americano, tal aposta poderia perder força.

Dados da véspera publicados pela ADP mostraram a criação de 164 mil postos de trabalho no setor privado dos EUA, leitura acima do esperado. "Esses resultados reforçam nossa visão de que o mercado de trabalho americano permanece apertado, apesar de alguns sinais de desaceleração suave no período recente", disse a XP em relatório.

Porém, como os dados do payroll de novembro e dezembro foram revisados para baixo nesta sexta, com 71 mil vagas a menos do que o reportado anteriormente, os investidores não entraram em pânico.

Outro ponto de alívio foi o PMI (Índice de Gerentes de Compras, na sigla em inglês) de serviços americano calculado pelo ISM (Instituto de Gestão do Fornecimento (ISM, em inglês). Em dezembro, ele caiu para 50,6, a menor leitura desde maio, e ante 52,7 em novembro. Economistas consultados pela Reuters previam que o índice ficaria em 52,6. Uma leitura acima de 50 indica crescimento no setor de serviços, que responde por mais de dois terços da economia dos EUA.

A criação de emprego do setor medida pela pesquisa ISM caiu para 43,3 no mês passado, o nível mais baixo desde julho de 2020. O índice estava em 50,7 em novembro e a expectativa era que acelerasse.

"Assim, a leitura que preponderou é que o mercado de trabalho, apesar do payroll, de certo modo está afrouxando e que, em algum momento, vai favorecer o corte de juros", disse Lais Costa, analista da Empiricus Research.

Em Wall Street, os principais índices acionários fecharam perto da estabilidade. O S&P 500 subiu 0,18%, enquanto o Dow Jones teve alta de 0,07% e o Nasdaq, de 0,09%.
Já o rendimento do treasury (título do Tesouro americano) de dez anos —referência global para decisões de investimento— subiu de 3,99% para 4,05%, refletindo o temor de que o corte nos juros americanos demore.

As taxas dos juros futuros também fecharam a sexta em alta no Brasil. Ao fim do pregão, a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 10,065%, ante 10,05% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2026 estava em 9,68%, ante 9,679% do ajuste anterior. A taxa para janeiro de 2027 estava em 9,805%, ante 9,8%.

Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2028 estava em 10,045%, ante 10,037%. O contrato para janeiro de 2031 marcava 10,46%, ante 10,431%.

O petróleo, por sua vez, fechou em alta, tendo como pano de fundo a viagem do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, ao Oriente Médio, na tentativa de conter as tensões regionais alimentadas pelo conflito Israel-Hamas. O preço do barril do petróleo Brent (referência internacional) fechou em alta de 1,51%, a US$ 78,76.

Na quinta (4), o Ibovespa recuou 1,21%, a 131.226 pontos, impactado pelo recuo do petróleo. O dólar, por sua vez, fechou em leve queda de 0,17%, a R$ 4,9063.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp