Economia & Mercado

Bolsa sobe e dólar tem leve queda após inflação surpreender

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O dólar terminou a sessão cotado a R$ 5,0505 para venda, leve queda de 0,10%  |   Bnews - Divulgação Reprodução// Pixabay

Publicado em 11/10/2023, às 19h15   Folhapress


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O dólar e a Bolsa operaram perto da estabilidade durante todo o pregão desta quarta-feira (11), véspera de feriado.

Os ativos refletiram a divulgação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) pela manhã. O índice acumulou ganhos de 5,19% nos 12 meses encerrados em setembro, um resultado melhor do que o esperado por analistas. A expectativa do mercado era de uma alta de 5,25%, depois da marca de 4,61% em agosto,.

"De forma geral, esse IPCA corrobora a nossa tese de que a inflação continua numa trajetória baixista -os últimos dados vêm mostrando que a inflação brasileira segue mais controlada comparado aos últimos meses", disse o economista-chefe da Suno Research, Gustavo Sung, em comentário a clientes.

Outro foco de atenção de investidores foi a ata da última reunião do Fed (Federal Reserve, o banco central americano), buscando alinhar apostas sobre o futuro da política de juros no país.

 O dólar terminou a sessão cotado a R$ 5,0505 para venda, leve queda de 0,10% em relação ao dia anterior. Já o Ibovespa subiu de 0,26%, a 117.044 pontos.
Nos EUA, o índice S&P 500 subiu 0,43% e o Dow Jones, 0,19%. O Nasdaq teve alta de 0,71%.

A ata da última decisão de política monetária do Fed, em setembro, reforça a possibilidade de mais uma alta nos juros americanos ainda neste ano. A maioria dos diretores de política monetária afirmou que o ajuste pode ser necessário para reduzir a inflação do país de volta à meta de 2%. "A grande maioria dos participantes continuou a julgar a trajetória futura da economia como altamente incerta."

Em agosto, o CPI (índice da inflação ao consumidor nos EUA), registrou ganho de 3,7% no acumulado dos últimos 12 meses. Nesta quinta (12), será divulgado o CPI de setembro. A previsão é de uma leve desaceleração, para 3,6%.

O documento também indica que os juros devem permanecer em um nível historicamente elevado por mais tempo. Os juros americanos estão na faixa de 5,25% a 5,50%, o maior patamar desde 2001.

Ao mesmo tempo, o Fed começou a ponderar que é preciso monitorar os riscos que este aperto monetário pode causar na economia. Apesar do mercado de trabalho forte, o banco demonstrou preocupação com o efeito das recentes greves trabalhistas na atividade.

Analistas especulam que é possível que os EUA entre em recessão caso os juros altos se prolonguem.

"Os números do CPI que serão divulgados amanhã devem ser fundamentais para recalibrar expectativas. Sem falar das incertezas do novo cenário geopolítico que ainda não teve muito efeito nos mercados. De qualquer forma parece que a discussão vai mudar em breve. Em vez de nos preocuparmos com o nível máximo das taxas de juros, passaremos a discutir em que momento elas poderão passar a cair", diz Danilo Igliori economista-chefe da Nomad.

Enquanto juros altos nos EUA pressionam o Banco Central brasileiro para manter a Selic em níveis elevados, o IPCA tem o efeito contrário. A inflação mais fraca do que o previsto acende o sinal de alerta para os efeitos negativos de juros altos na economia e abre caminho para mais cortes na Selic, hoje a 12,75% ao ano. A expectativa é que a taxa básica de juros caia para 9% até o fim de 2024.

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