CEO da Uber resolve virar motorista do app e passa por perrengues

Com a escassez de colaboradores em um cenário pós-pandemia, um CEO da Uber resolveu ir ‘colocar a mão na massa’ e ir às ruas para tentar descobrir o que podia ser feito para melhorar o aplicativo, o tornando mais atraente para os possíveis motoristas. Entretanto, a experiência não foi das melhores.

Dara Khosrowshahi dirigiu um veículo elétrico Tesla Y, de segunda mão, pelas ruas de São Francisco, cidade da Califórnia, por alguns meses. Em entrevista ao The Wall Street Journal, Khosrowshahi afirmou que a melhor maneira de entender a dificuldade da empresa em conseguir atrair motoristas era sentar-se ao volante e virar um.

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O executivo adotou o pseudônimo de "Dave K" e fez 100 viagens e passou por vários problemas, como dificuldade na navegação na hora de se inscrever na Uber; expectativas frustradas por receber gorjetas magras; punição por rejeitar viagens sem informação do destino ou do valor da tarifa; dificuldade para navegar no app na área do motoristas, principalmente durante a transição de uma viagem para outra; trânsito complicado em horários de pico, o que afastava motoristas por causa das tarifas baixas; medo da nota cair no dia seguinte a uma noite em que não rodou por se sentir inseguro.

“Toda a experiência foi bastante desajeitada. Acho que a indústria como um todo, até certo ponto, não dá valor aos motoristas”, disse o CEO que, junto a empresa, teria promovido mudanças a partir disso.

Segundo o executivo, as melhorias foram: motoristas passaram a saber o valor da tarifa e o destino final da viagem. Até então, apenas a quilometragem era exibida; reserva de US$ 250 milhões para distribuir como bônus em diversas ações dentro do app com o objetivo de atrair mais colaboradores; proibição dos passageiros mudarem o valor da gorjeta após a viagem; implantação de processo de inscrição único na Uber, sem distinção se é para carona ou para entregas. Khosrowshahi reconhece que ainda precisa melhorar mais.

Após postar as mudanças no Twitter, uma chuva de críticas começou a ser feita. "Sua equipe de suporte é a entidade menos favorável com quem já lidei. Fui desativado por 5 dias recentemente porque demorou de 5 a 10 minutos para resolver o problema no qual perdi dinheiro e atrasei contas”, disse um motorista.

"Minutos contam tanto quanto distância, especialmente quando você tenta completar uma missão. Desde o ano novo, não estou ganhando tanto quanto antes”, disse outro.

As tarifas foram o problema para um dos seguidores: "Sou motorista de meio período e até mesmo as metas de fim de semana parecem ser um desânimo para dirigir em vez de um incentivo. Os surtos de adição [de paradas] continuam a não ser calculados corretamente".