Economia & Mercado

Chocolateria baiana tem negócio focado na sustentabilidade e sabor marcante

Reprodução/ Redes Sociais Dengo
'Não se pode falar ainda em cacau 100% sustentável', dizem CEOs da Dengo  |   Bnews - Divulgação Reprodução/ Redes Sociais Dengo

Publicado em 24/03/2024, às 14h48   Dandara Amorim


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A pergunta que não quer calar: é possível produzir cacau de forma sustentável? Às vésperas da Páscoa, quando o chocolate lota as prateleiras, a matéria prima do doce se torna assunto e a "Dengo", chocolateria baiana, traz justamente a ideia de aliar sustentabilidade e sabor.

O meio de produção da empresa vem da "cabruca", expressão que significa cultivar o cacau no meio da Mata Atlântica, agregando valor à produção rural, por meio do manejo de sistemas agroflorestais (cabrucas), diversificando a área de atuação e aumentando a produção sustentável.

Porém, em entrevista ao Uol, Estevan Sartoreli e Tulio Landin, co-CEOs da empresa, explicam que ainda a Dengo não tem o cacau mais sustentável do mundo, pois é uma longa jornada. 

Estevan Sartoreli, fundador e co-CEO da Dengo Chocolates
Divulgação/ Redes Sociais Dengo 

A Dengo é uma marca de chocolates premium criada em 2017 por Guilherme Leal, cofundador da Natura. A empresa não abre quanto produz, lucro ou número de vendas. São 38 lojas no Brasil e mais duas em Paris, na França — que foi o "laboratório de testes" para a expansão internacional. Outras duas devem ser inauguradas ainda este ano na França, e enquanto isso, outros países da Europa estão sendo mapeados, além do mercado norteamericano. 

Para 2025, a companhia pretende inaugurar uma nova planta fabril, que deve aumentar a capacidade de produção em 5 vezes. O local ainda não foi revelado. A atual planta produtiva, que fica em Santo Amaro, zona Sul de São Paulo, está chegando "no limite", já que a ideia é abrir entre 20 e 40 lojas no ano. 

Ela ainda não atingiu um ponto de equilíbrio entre custos e receita, o chamado breakeven. Ou seja, ainda perde dinheiro. Isso pode mudar neste ano ou no próximo. Para chegar nesse ponto, Tulio Landin diz que quanto mais a empresa crescer e der lucro, mais é possível distribuir. "Esse ano, a gente subiu o número de produtores em 25%, e aumentou o percentual de produtores com renda digna. Isso só acontece porque tem um negócio que está robusto, que cresce, que gera caixa". 

A empresa já nasceu com uma agenda ESG (Environmental, Social and Governance) muito forte. A sustentabilidade de toda a cadeia, incluindo fazer um produto de qualidade, com menos açúcar e pagando uma renda digna ao produtor de cacau, é essencial para os CEOs da marca. A Dengo possui mais de 100 produtos em seu portfólio de chocolates. 

Túlio Landin, co-CEO da Dengo Chocolates
Divulgação / Redes Sociais Dengo 

Para a Páscoa, foram 31 lançamentos. A amplitude de preços é grande — uma caixinha com 70g de bombons pode ser comprada por 36,90, enquanto o ovo de Páscoa premium, feito com cacau amazônico, custa em torno de R$ 385.

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