Páscoa terá chocolates menores, mais caros e menos gostosos; saiba o motivo

Às vésperas da Páscoa, uma notícia tem deixado muita gente apreensiva, sobretudo os amantes do chocolate. Os preços do cacau superaram um recorde estabelecido há quase meio século e, consequentemente, os custos ficaram elevados para fabricantes do produto e confeiteiros.

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A origem do aumento no preço da amêndoa tem relação direta mau tempo na África Ocidental, onde grande parte do cacau do mundo é cultivado.

A tonelada do produto subiu mais de mais US$ 613 e encerrou a semana passada em US$ 8.018 em Nova York, o que representa o triplo do preço de um ano atrás e está 42% acima do recorde anterior, estabelecido em julho de 1977, quando a África Ocidental enfrentava outro período de condições desfavoráveis.

Tal qual aconteceu na década de 1970, confeiteiros e grandes empresas de alimentos estão aumentando preços, ajustando receitas e encolhendo produtos, e o consumidor final vai sentir isso no bolso e, também, no paladar.

“Seguimos comprometidos com nossa estratégia de longo prazo de elevar preços para cobrir a inflação de matérias-primas”, disse a CEO da Hershey, Michele Buck, ao Infomoney.

Analistas de commodities projetam que haverá encolhimento dos produtos e a substituição da manteiga de cacau por gorduras mais baratas.

Em entrevista ao BNews, o assessor de investimentos Tiago Paiva, head de conteúdo da VAROS Research, detalhou a escalada do preço do chocolate em todo o mundo.

"Como boa parte da produção do cacau vem do mesmo lugar, que no caso é a África Ocidental, qualquer coisa que acabe afetando o cultivo por lá vai respingar no mundo inteiro. Com isso, o preço do chocolate vem subindo exponencialmente, num timing complicado, já que é época de Páscoa", salientou.

Paiva explica de que forma se justifica, na economia, o aumento do preço do chocolate na atualidade: "Essa relação de oferta e demanda é um dos pilares da economia, e resumidamente pode se definir como quanto menor a produção de um produto, caso a demanda fique estável, mais o preço desse item vai subir".

O assessor de investimentos confirma as práticas prejudiciais ao consumidor adotadas pelas fabricantes de chocolate: "Para lidar com isso, as empresas estão tomando iniciativa pouco republicanas, como substituir a manteiga de cacau por gorduras hidrogenadas e reduzir o tamanho das barras de chocolate e ovos de Páscoa".