Combustíveis têm aumento em 2024; confira índices

Dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) apontaram aumento no preço médio da gasolina, do diesel e do etanol em 2024. 

De acordo com informações do G1, no comparativo anual acerca dos dois anos do governo Lula, a gasolina teve acréscimo de 10,21% e passou de R$ 5,58 na última semana de 2023 para R$ 6,15 na última semana de 2024. Já o etanol teve alta de 3,41%, com mudança de R$ 3,42 para R$ 4,12, em relação ao comparativo do mesmo período.

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Este último registrou o maior aumento anual entre os combustíveis, devido ao impacto da queda na produção de cana, às queimadas e a cotação do açúcar no mercado internacional.

O professor de economia do Instituto Mauá de Tecnologia, Ricardo Balistiero, acredita que a disparada do etanol está ligada, sobretudo, ao preço do açúcar. "O preço do açúcar teve uma forte alta em 2024. E, sempre que o açúcar sobe lá fora, as usinas direcionam parte da produção à commodity. Isso desequilibra a oferta e a demanda", explicou.

Segundo a reportagem, o aumento - tanto da gasolina, quanto do diesel -, aconteceu por conta da reoneração do PIS/Cofins e da alta do ICMS. No entanto, mesmo com o acréscimo, as consequências no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foram menores do que em 2023. 

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A Petrobrás, inclusive, fez apenas um reajuste na gasolina vendida às distribuidoras em 2024, e assim, os valores das bombas ficaram menos voláteis. As duas variações significativas dos preços aconteceram em fevereiro, com a alta do ICMS, e em julho, com o ajuste feito pela estatal. Ainda, houve apenas um único aumento no preço, feito em 8 de julho, com R$ 0,20 a mais (ou 7,11%) para as distribuidoras, levando ao valor de R$ 3,01.

A estatal tem mudado o perfil e evitado a Política de Paridade Internacional (PPI), que reajustava o preço dos combustíveis através das variações do dólar e da cotação do petróleo no exterior.

O gestor de investimentos da Warren, Frederico Nobre, destaca que a cotação do petróleo ajudou a conter os reajustes em 2024. O valor da commodity chegou a US$ 90 em abril, mas contou com queda no restante do ano, mesmo com a disparada do dólar.

"Houve momentos ao longo do ano em que a gasolina e o diesel estavam com uma defasagem próxima de 20% — principalmente no primeiro trimestre, quando o petróleo estava em patamares mais elevados", disse na reportagem.

A nova política de preços da Petrobrás tem ajudado a conter os valores nos postos. Mas, quando anunciada, gerou incertezas sobre a economia da empresa. As ações da petroleira tiveram alta de aproximadamente 20% no ano. 

De acordo com a reportagem, o lucro recuou 33,8% em 2023 na comparação com 2022. Ainda assim, a empresa apontou o índice como o segundo melhor da história da empresa. Em relação ao dado mais recente, a empresa teve avanço de 22,3% no terceiro trimestre de 2024, comparado ao mesmo período do ano anterior.

A gasolina se configura como o combustível com maior peso no IPCA e compromete cerca de 5% do orçamento das famílias, conforme análise do economista e pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), André Braz. 

"O combustível que mais subiu no período foi o etanol. Mas ele pesa muito pouco, compromete menos de 1% no orçamento familiar. Então, a participação dos combustíveis na inflação caiu muito", explicou Braz ao G1.

O cenário é de incertezas com conflitos internacionais que impactam diretamente no preço do petróleo. Entre os fatores, estão: a eleição de Donald Trump, nos Estados Unidos; o cenário econômico do Brasil, com um PIB forte e a menor taxa de desemprego da história; e os desafios fiscais e inflacionários. Para Braz, a dívida pública "incomoda um pouco, mas o país não quebraria por causa disso".

"Um comunicado um pouco mais maduro e assertivo por parte do governo colocaria um fim a essa dúvida de cumprimento da meta da inflação. Esse ruído, então, desapareceria", acrescentou à economista.