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Empresas estrangeiras têm que obedecer regras para comprar terras brasileiras, diz Ajufe

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As autorizações são exigidas pela legislação que regula a aquisição de imóvel rural por pessoa jurídica estrangeira que atue no Brasil  |   Bnews - Divulgação Ilustrativa- Reprodução/ Freepik

Publicado em 14/07/2023, às 12h20 - Atualizado às 14h07   Redação Bnews


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De acordo com o site da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) suspendeu a aquisição de terras brasileiras por empresas estrangeiras até que elas apresentem autorizações do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e do Congresso Nacional, bem como determinou a suspensão imediata dos atos de transferência das ações da Eldorado Brasil Celulose de propriedade da J&F Investimentos em favor da CA Investment.

Segundo o desembargador responsável pela decisão, Rogerio Favreto, as autorizações são exigidas pela legislação que regula a aquisição de imóvel rural por pessoa jurídica estrangeira que atue no Brasil e buscam proteger a soberania nacional.

A decisão deu-se sobre uma ação popular movida por Luciano José Bulligon, ex-prefeito de Chapecó (SC), que afirmou que a “empresa estrangeira Paper Excellence anunciou que estaria consolidando a aquisição da maior empresa de celulose do Brasil, que é a Eldorado Brasil Celulose, a qual é proprietária de 249 mil hectares de florestas de eucalipto plantadas em áreas rurais nacionais”.

As Leis que regulam as aquisições de terras no Brasil diz que pessoas jurídicas estrangeiras e pessoas jurídicas brasileiras cujo capital social é controlado por pessoas jurídicas estrangeiras só podem adquirir imóveis rurais no Brasil se cumprirem alguns requisitos como: os imóveis rurais a serem adquiridos devem ser destinados à implantação de projetos agrícolas, pecuários, industriais, ou de colonização; os projetos de aquisição dos imóveis deverão ser aprovados pelo Incra; a soma das áreas rurais pertencentes a pessoas estrangeiras, físicas ou jurídicas, não poderá ultrapassar a um quarto da superfície dos municípios onde se situem; quando a área a ser adquirida ultrapassar 100 módulos de exploração indefinida, deverá haver autorização do Congresso Nacional.

De acordo com Bulligon, “os réus pessoas jurídicas de direito privado estão formulando negociações para aquisição de terras, estando na iminência de concretizá-las, sem a observância de tais requisitos, bem como que União e Incra estão se omitindo de exigir o cumprimento das determinações legais”.

Em sua decisão, Favreto afirma que “as provas constantes dos autos não deixam dúvida quanto à intenção de aquisição pela Paper Excellence, pessoa jurídica estrangeira, da totalidade das ações da Eldorado Brasil Celulose, proprietária de terras rurais, cuja aquisição por pessoa jurídica estrangeira deve observar os requisitos legais previstos na legislação”.

O desembargador concluiu dizendo que “a urgência da medida requerida pelo autor se verifica pela prova inequívoca do negócio que está sendo realizado entre as empresas rés, bem como pelas notícias divulgadas pela própria Paper Excellence dando conta da intenção de adquirir outras áreas rurais além das pertencentes à Eldorado Brasil Celulose, sem a observância dos requisitos previstos na Lei”.

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