Economia & Mercado

Motoristas de aplicativos reclamam de invisibilidade durante carnaval de Salvador

Divulgação / Uber
“Mototáxis, táxis e ônibus têm vantagens durante o carnaval que nunca tivemos, por que?”, questiona motorista de Uber e 99  |   Bnews - Divulgação Divulgação / Uber
Verônica Macedo

por Verônica Macedo

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Publicado em 09/02/2024, às 12h18 - Atualizado às 12h28


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A reportagem do BNews entrevistou, com exclusividade, cinco motoristas que trabalham com os aplicativos Uber, 99 e inDrive e todos reclamaram de insatisfação com as vantagens atribuídas aos mototaxistas, taxistas e condutores de transportes coletivos, como ônibus, durante o carnaval de Salvador.

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“Somos invisíveis durante o carnaval, sempre foi assim. Já reclamamos junto à Prefeitura e aos órgãos competentes inúmeras vezes, mas não temos vez, só servimos para pagar impostos, mas não lembram que também somos eleitores e as eleições vêm aí. A nossa categoria, com certeza, não vai votar em ninguém da atual gestão municipal”, reclama J.S, 35, que atua desde 2017 como motorista de aplicativo, principalmente durante a folia baiana.

Segundo ele e quatro colegas de trabalho – todos pediram para não ser identificados com receio de represálias -, entre 35 e 65 anos de idade, o período em que mais poderiam trabalhar e aumentar a renda familiar é o carnaval, mas com a logística montada pela Prefeitura municipal, diariamente, cancelam mais de 20% das corridas solicitadas por não poderem trafegar em locais próximos ao circuito ou nos próprios trajetos da folia, como fazem os taxistas, mototaxistas e ônibus.

“Não pedimos por direitos que os demais não possuem. Por que não temos adesivos para transitar nos mesmos horários que os táxis, mototáxis e ônibus durante os dias de folia, na Barra, Graça, Vitória, Ladeira da Barra, avenida Centenário, Campo Grande, Centro e Pelourinho, por exemplo?”, questiona revoltado, C. C. M., 65, com seis anos de experiência na área.

A.V.L, de 37 anos de idade, conta que está cansado de enfrentar insatisfação dos clientes. “Ao solicitarem corridas no circuito, quando, após inúmeras tentativas minhas para tentar deixá-los no local, preciso desistir para não ser multado em algum portal, como já ocorreu antes, sentem-se lesados e não querem pagar os valores cheios, já que não foram deixados nos destinos corretos. É um problema sério que pode gerar consequências graves nos dias de hoje com tanta violência”, fala revoltado com o desgaste emocional e o prejuízo financeiro provocado também pelo combustível gasto depois de tanto tempo circulando sem êxito.

“O que desejamos é trabalhar dignamente e oferecer o melhor e mais justo serviço ao cliente durante o carnaval. Será que a Prefeitura não vê que tamanho absurdo só prejudica a festa carnavalesca, o turismo e a economia local?”, pergunta M.Z.E, de 48 anos.

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