Economia & Mercado

PIB do Brasil tem alta de 4,6% em 2021, após tombo em 2020

Pixabay
Avanço reflete base de comparação frágil e reabertura da economia, dizem analistas  |   Bnews - Divulgação Pixabay

Publicado em 04/03/2022, às 09h13   Folhapress


FacebookTwitterWhatsApp

Depois de amargar tombo com a chegada da pandemia em 2020, a economia brasileira teve alta de 4,6% em 2021, apontam dados do PIB (Produto Interno Bruto) divulgados nesta sexta-feira (4) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O resultado veio próximo das expectativas do mercado financeiro. Analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam alta de 4,5%.

O IBGE também informou que o PIB avançou 0,5% no quarto trimestre do ano passado, frente aos três meses imediatamente anteriores. Nesse recorte, a estimativa mediana do mercado era de elevação de 0,1%.

De acordo com analistas, a alta de 2021 reflete, em boa parte, o efeito da base de comparação fragilizada, já que a fase inicial da crise sanitária havia derrubado o PIB em 2020.

LEIA TAMBÉM: Clientes do Itaú apontam depósitos e saques não identificados nas contas

No ano passado, a melhora do indicador também foi estimulada pelo avanço da vacinação contra a Covid-19, que permitiu a reabertura de negócios dependentes da circulação de consumidores.

"Boa parte do crescimento em 2021 se deve ao carrego estatístico. Além disso, houve impacto da reabertura da economia. Esses foram os dois fatores principais", afirma o economista-chefe do C6 Bank, Felipe Salles.

"Tivemos ainda o efeito positivo do forte crescimento da economia global", acrescenta.

O fôlego de reação do PIB, contudo, tende a ser curto, indicam analistas. É que, após a alta em 2021, o indicador deve desacelerar em 2022.

Segundo economistas, a tendência é de estagnação neste ano. Em outras palavras, a previsão é de PIB próximo de 0% no acumulado até dezembro.

A mediana das projeções do mercado sinaliza avanço de 0,30% em 2022, conforme a edição mais recente do boletim Focus, divulgada na quarta-feira (2) pelo BC (Banco Central).

Impacto dos juros elevados, inflação persistente e renda fragilizada explicam o cenário mais pessimista para este ano. Em conjunto, esses fatores jogam contra o consumo das famílias, motor da economia brasileira.

Outros riscos para o PIB vêm da tensão global gerada pela guerra entre Rússia e Ucrânia e das incertezas eleitorais no Brasil, que podem frear investimentos produtivos ao longo do ano.

"O cenário para 2022 é de estagnação, com inflação ainda alta e renda baixa. A política monetária também deve pesar, desacelerando a atividade", diz o economista Luca Mercadante, da Rio Bravo Investimentos.

"Ainda é complicado falar dos efeitos da guerra, mas um dos possíveis reflexos é a diminuição do crescimento global", completa.

CÁLCULO DO PIB

Produtos, serviços, aluguéis, serviços públicos, impostos e até contrabando. Esses são alguns dos componentes do PIB, calculado pelo IBGE, de acordo com padrões internacionais. O objetivo é medir a produção de bens e serviços no país em determinado período.

O indicador mostra quem produz, quem consome e a renda gerada a partir dessa produção. O crescimento do PIB (descontada a inflação) é usualmente chamado de crescimento econômico.

O levantamento é apresentado pela ótica da oferta (o que é produzido) e da demanda (como esses produtos e serviços são consumidos). O PIB trimestral é divulgado cerca de 60 dias após o fim do período em questão.

Siga o BNews no Google Notícias e receba as principais notícias do dia em primeira mão!

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp