Economia & Mercado

Preços mais altos não impedem consumidores de investir nas compras da Semana Santa, aponta consultor econômico

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De acordo com o consultor econômico da Fecomércio-BA, Guilherme Dietze, a intenção de compra está relativamente melhor comparada ao mesmo período do ano passado  |   Bnews - Divulgação Joilson César/BNews
Beatriz Araújo

por Beatriz Araújo

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Publicado em 05/04/2023, às 15h31


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Nem mesmo a alta registrada no preço da maioria dos produtos utilizados nos preparativos das comidas típicas da Semana Santa fez o consumidor recuar nos investimentos para o tradicional almoço da Sexta-feira Santa. De acordo com o consultor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia (Fecomércio-BA), Guilherme Dietze, no primeiro trimestre de 2023, a intenção de compra está relativamente melhor, se comparada ao mesmo período do ano passado.

Em entrevista ao BNews, Dietze explica que os índices de intenção de compra são mais positivos para os itens de consumo em geral, não somente em razão do período da semana. "A intenção de compra está relativamente melhor. Não quer dizer que esteja num patamar ideal, mas está melhor do que neste mesmo período do ano passado”, elencou.

O consultor econômico aponta os motivos para que o cenário, neste ano, seja melhor do que o registrado em 2022. “De maneira geral, é um cenário positivo. A inflação está relativamente mais baixa, houve um aumento expressivo de emprego, houve a redução da inadimplência. Então, as condições de consumo, sobretudo de itens essenciais, estão bem melhores em relação ao ano passado”, informou.

Dietze também chama a atenção para o fator importante e que reflete nos índices de intenção de compras, que é o comportamento do consumidor. “O que a gente tem notado, no comportamento do consumidor em geral, não somente por conta da Semana Santa, é que o consumo está voltando ao que era antes”, afirmou.

Ainda segundo o economista, ao contrário do que se pensava, a pandemia da Covid-19 não modificou o perfil dos consumidores, que na análise de Dietze, voltou a ser o mesmo de antes. “Muita gente achou que a pandemia iria mudar demais o perfil do consumidor, que haveria um novo consumidor, mas na hora que a gente observa no dia a dia, as coisas estão acontecendo como eram anteriormente”, completou o consultor econômico.

Vendedores

Para os vendedores, o cenário ainda não é dos melhores, no entanto, o que se tem é a certeza de que os consumidores não deixarão de investir nas compras para o almoço da Sexta-feira Santa. “Esse é o momento de o povo comprar. O pessoal começou a comprar antes, inclusive, porque quando chegar mais perto, vai aumentar. Muita gente acaba deixando para cima da hora, mas acaba tendo que comprar, e mais perto, paga ainda mais caro”, afirmou Manoel, proprietário de uma das barracas localizadas na entrada da Feira de São Joaquim, em Salvador.

Manoel acredita, também, que em 2023 as vendas devem ser melhores que no último ano, quando a Bahia já registrava uma significante redução no número de casos da Covid-19. “No ano passado a gente pensou que seria uma coisa, por conta do afrouxamento da pandemia, mas foi outra coisa. Esse ano pode até melhorar”, disse, confiante.

Consumidores

A auxiliar de serviços gerais Rosivania da Silva garantiu que não vai abrir mão de uma mesa farta nesta Sexta-feira Santa, quando tradicionalmente, principalmente por motivo de cunho religioso, muitas pessoas acabam não comendo carne vermelha e nem mesmo frango, e assim recorrem aos frutos do mar.

“Vou comprar um pouco de tudo e com qualidade, se não a comida não fica gostosa. Vou comprar camarão, um pedaço de bacalhau, meu vinho que não pode faltar. Para comer bem, vale a pena investir, sim”, contou à reportagem do BNews, enquanto escolhia na Feira do São Joaquim os itens para os preparativos do seu caruru.

"Tô fazendo o possível. Ainda estou tentando economizar, mas não vou abrir mão de fazer meu almoço da Sexta-feira Santa”, garantiu Rosivania.

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