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Presidente do Banco do Nordeste fala sobre importância de desburocratizar acesso ao crédito

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José Gomes da Costa recebeu a imprensa nesta segunda e falou sobre a importância de desburocratizar acesso ao crédito  |   Bnews - Divulgação BNews
Rafael Albuquerque

por Rafael Albuquerque

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Publicado em 19/12/2022, às 17h40


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O presidente do Banco do Nordeste, José Gomes da Costa, e o superintendente estadual da instituição na Bahia, Diego Rocha Batista, receberam a imprensa nesta segunda-feira (19), para fazer um balanço de 2022 e apresentar projeções para o ano seguinte.

Em entrevista ao BNews, Gomes, que está há cerca de um ano no cargo, falou sobre a importância não apenas disponibilizar acesso a crédito, mas de desburocratizar o processo: "a gente dispõe do FNE, que são recursos da sociedade. O valor de 2% da arrecadação do Importo de Renda nacional vem para a admistração do banco. Isso dá hoje cerca de R$ 30 bilhões, que é o orçamento do FNE. Agora, o importante é que ele esteja disponível e de fácil acesso aos empreendedores. Não basta eles terem as melhores condições, e o banco tem feito um esforço muito grande para dar celeridade a essas entregas. Eu estou há um ano a frente da presidência do Banco do Nordeste, e antes disso passei 4 anos aqui como superintendente da Bahia e trabalhei minha vida inteira como executivo de unidades e negócios, em superintendências. Esses 4 anos me deram régua e compasso. Eu costumo dizer que, eu talvez seja um dos executivos do BNB que mais entende e conhece as dores dos clientes. Eu sei o que nossos clientes passam, sei das dificuldades que eles têm para entrega desses recursos e meu trabalho incansável lá, desde que cheguei em janeiro, é diminuir a burocracia do banco", afirmou. 

Apesar da retração da economia durante a pandemia, o presidente do BNB prevê um 2023 de recuperação. "A pandemia realmente retraiu um pouco os investimentos e, por conseguinte, a oferta de créditos para realizar investimentos. A maior parte da pandemia a gente teve que dar prorrogações para as empresas. Só para ter uma noção, o orçamento do FNE que é da ordem de R$ 30 bilhões, durante a pandemia caiu para algo em torno de R$ 26 bi. Foi totalmente aplicado. Mas uma queda de R$ 4 bi ,a gente fecha o ano, agora, com R$ 31 bi aplicados, ou seja, já esta em um patamar maior do que o ano anterior à pandemia, e a gente tem o orçamento do FNE para 2023 da ordem de R$ 34,6 bi. Quer dizer, é uma sinalização deste valor, mas a tendência é de que seja maior, e a expectativa, com a retomada da economia, é que esses recursos sejam totalmente tomados", destacou.

O superintendente Diego Rocha falou sobre a perspectiva da instituição com a mudança no governo federal, com a saída de Bolsonaro e entrada do Presidente Lula. Rocha ressaltou que o BNB tem uma linha de atuação que se mantem independentemente do governante que está no poder, e como política de governo, no BNB, a orientação é que mais da metade do orçamento do banco seja direcionado para a região mais pobre do nordeste, "que é o semiárido, e a Bahia é a região que detém a maior parte do semiárido nordestino. Dentro do orçamento de 2022, nós aplicamos mais de 64% do orçamento na região mais pobre do estado, e ai eu estou falando de pequenos empreendedores, aqueles que se não for o Banco do Nordeste chegando, dando crédito orietado e acompanhado, essas pessoas, via de regra, não conseguem acessar o sistema financeiro nacional, então Banco do Nordeste seria a única opção neste primeiro momento".

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"Então note que a gente atende desde o agricultor familiar até os grandes projetos de infraestrutura. Esse, ano por exemplo, nós financiamos portos, aeroportos e fomos o maior agente financiador dentro do estado da Bahia dos parques de energia renovável, seja ele solar ou eólico", disse.

Questionado sobre a importância da desburocratização do crédito, Diego salientou que esse é o maior anseio dos clientes e que a instituição trabalha para melhorar nesse sentido: "Nós temos a menor taxa, os menores prazos, mas ainda não temos o melhor 'timing', o melhor tempo de entrega, e isso é a principal bandeira da atual gestão do banco. O presidente Gomes lançou uma estratégia que já está com 18 agências piloto, que é trazer as microempresas e os mini produtores rurais para dentro do crédito, que ele chamou de 'agiliza varejo'. Ou seja, é trazer clientes de porte um pouco maior para dentro de uma metodologia que funciona muito rapidamente, que é o Crediamigo e o Agroamigo. Quando eu tiro esse público da agência e eu jogo dentro de uma metodologia que já entrega esses financiamentos em um prazo de sete, oito, nove dias, a gente, além de liberar mão-de-obra das agências para atender os públicos maiores, a gente tá tirando essa, que é a parcela mais frágil e que precisa de uma intervenção mais rápida com o crédito, e jogando dentro de uma outra metodologia que testadamente já é muito ágil. Então, essa é a principal estratégia do banco, além de outros produtos como cartão BNB, que é dar ao cliente o poder de compra na mão durante cinco anos, ao invés de a cada demanda de crédito ele procurar o seu gerente para acessar um novo financiamento", concluiu. 

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