Economia & Mercado

Presidente do BC diz que ruído com o governo afeta previsão de inflação

Tânia Rêgo/Agência Brasil
Campos Neto diz que há insegurança no mercado sobre alteração da meta da inflação  |   Bnews - Divulgação Tânia Rêgo/Agência Brasil

Publicado em 22/05/2023, às 14h37   Agência Brasil


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O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse nesta segunda-feira (22), que as divergências entre a autoridade monetária e o governo federal contribuem para as expectativas em relação à inflação. “O ruído entre o governo e o Banco Central gerou uma incerteza em relação a capacidade do Banco Central de atingir os objetivos”, afirmou Campos Neto em palestra promovida pelo jornal Folha de S. Paulo.


De acordo com Neto, há uma insegurança no mercado sobre a possibilidade de alteração na meta de inflação. “O componente da incerteza da meta é predominante, a gente precisa ver como isso vai se desenvolver. Mas, eu acho que a gente tem elementos para começar a ver essa expectativa de inflação caindo”, acrescentou.


No entanto, o Boletim Focus desta segunda-feira traz uma redução na previsão de inflação do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que caiu de 6,03% para 5,8% este ano. Para 2024, a projeção da inflação ficou em 4,13%. Para 2025 e 2026, as previsões são de 4% para os dois anos.


O economista diz acreditar que aumentar a meta de inflação não traria efeitos positivos. “Mudar a meta agora para cima não geraria flexibilidade [para a política fiscal do governo]”, disse. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta de inflação é de 3,25% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior, 4,75%.

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