Economia & Mercado

Queda da inflação é mais lenta do que o esperado, diz presidente do Banco Central

Marcelo Camargo / Agência Brasil
Inflação encerrou março com alta de 0,71% e acumulado em 12 meses foi de 4,65%  |   Bnews - Divulgação Marcelo Camargo / Agência Brasil

Publicado em 19/04/2023, às 14h06   Cadastrado por Bernardo Rego


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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta quarta-feira (19) que a inflação no Brasil tem caído de maneira mais lenta que o esperado – mesmo com a taxa básica de juros elevada.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerrou março em alta de 0,71% e acumulado de 4,65% em 12 meses, o menor desde 2021. As informações são do G1.

"Olhamos muitas coisas e cruzamos muitos dados. Mas a realidade é que a queda da inflação é mais lenta do que esperávamos, considerando o patamar da taxa real de juros no Brasil. O que nos diz que a batalha não foi vencida e temos que persistir", pontuou Campos Neto durante conferência com investidores internacionais.


A taxa básica de juros da economia está em 13,75% ao ano desde agosto de 2022 – o maior patamar para o país desde 2016 e o maior juro real (descontada a inflação) do mundo. O presidente do BC foi questionado por um investidor sobre o motivo de o BC levar em conta expectativas de especialistas que apontam uma inflação futura mais alta – e, supostamente, não levar em conta os dados atuais de mercado que indicam uma trajetória mais favorável.


De acordo com o executivo, a avaliação do Banco Central é de que a inflação acumulada mais baixa, registrada atualmente, ainda está "contaminada" pelas medidas adotadas pelo governo Jair Bolsonaro em 2022, durante o período eleitoral, para combater temporariamente a inflação.


"O índice bruto de inflação está 'poluído' pelas mudanças na tributação de gasolina, energia e gás. Quando olhamos para o cerne da inflação, está levemente abaixo dos 8%, o que é muito alto. [...] Quando falamos em expectativa, precisamos de 6 a 12 meses para amadurecer a tomada de decisão.", detalhou. "O fato de a inflação projetada estar acima da meta é um sinal de alerta, de que precisamos olhar a questão mais de perto", acrescentou.


O economista salientou que a preocupação não é exclusiva do Brasil – e que o processo de queda da inflação é também mais lento que o esperado em outras economias. "Quando você olha o núcleo da inflação, o ritmo é lento. Está caindo, mas em um ritmo muito lento. E isso é um consenso entre vários bancos centrais, provavelmente significa que o trabalho não terminou e precisamos insistir", disse.

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