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Recuperação judicial: No Brasil, pedidos avançam no primeiro trimestre em relação a 2023; confira detalhes

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Pedidos de recuperação judicial tiveram maior alta em oito anos  |   Bnews - Divulgação Divulgação / Freepik
Verônica Macedo

por Verônica Macedo

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Publicado em 02/05/2024, às 10h14 - Atualizado às 10h15



Tanto a recuperação judicial quanto a extrajudicial, como acaba de anunciar o Grupo Casas Bahia, são dois instrumentos legais que buscam a recuperação econômica e financeira das empresas.

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Dados da Serasa Experian mostram que, no Brasil, em 2024, os pedidos de recuperação judicial (RJs) tiveram a maior alta em 8 anos, puxados por agro e comércio. No acumulado do primeiro trimestre deste ano, o avanço foi de 73,4%, o maior para o período desde 2016.

Somente em março, foram 183 pedidos, um crescimento de 94,7% em comparação ao ano passado, e de 8,3% em relação a fevereiro deste ano. Já em 12 meses, o aumento dos pedidos de RJs foi de 73,3%, o 15º aumento seguido.

“Isso deve permanecer, infelizmente, não havendo perspectiva de melhora em curto prazo, devido ao patamar ainda muito elevado de inadimplência das empresas. Ao longo do ano passado, o número de pedido de recuperação judicial no Brasil teve uma alta de 68,7%, com 1.405 empresas recorrendo à recuperação judicial, sendo 135 grandes empresas, 331 de médio porte e 939 micros e pequenas empresas”, afirma Eduardo Bazani, sócio-diretor da Nordex Consultoria Empresarial.

Em São Paulo, estado economicamente mais importante do Brasil, os pedidos de recuperação judicial também vêm crescendo. Do período de janeiro a dezembro de 2023, o número de recuperação judicial requerida por empresas foi de 505 contra 288 em 2022.

Segundo Eduardo, que também é engenheiro industrial e especializado em Reestruturação Recuperação Judicial de Empresas, a crise econômica, agravada com a chegada da Covid 19, e alguns outros fatores mercadológicos e administrativos justificam o aumento do número de pedidos de recuperação judicial no País.

“A pandemia, que remodelou o mercado, e as taxas de juros altas, persistentes por longo período, trouxeram a necessidade de uma nova habilidade aos gestores para o enfrentamento de crises. Grande número de empresas, que era gerida em mar mais calmo, não conseguiu manter o negócio no ambiente de turbulência, deixando de tomar medidas importantes e doloridas”, diz.

De acordo com o especialista, para enfrentar essa situação de crise, a restruturação empresarial é fundamental. “A consultoria de turnaround exerce um papel fundamental para a recuperação e saúde financeira da empresa, pois é ela quem dá um toque na recuperação judicial. A Assessoria Jurídica especializada em direito empresarial e a Consultoria de Turnaround serão responsáveis por todas as etapas do processo, desde a preparação para ingressar com o pedido de recuperação judicial. O diferencial da consultoria em reestruturação é fazer o diagnóstico profundo na busca de soluções, detectando o motivo da empresa estar em crise, o tamanho e como estancá-la”, explica.

E conclui: “Nesse sentido, o melhor dos cenários é implementar medidas e ações para prevenir a crise, ou seja, adotar a reestruturação empresarial como papel estratégico para promover a modernização do negócio, proporcionar eficiência na gestão e no mercado de atuação, visando aumentar lucros e diminuir gastos. Enfim, é uma estratégia para reorganizar a empresa, aplicar medidas preventivas e corretivas, a fim de causar melhorias em todos os setores, evitando crises”.

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