Política
Publicado em 15/09/2020, às 15h24 Marcos Maia
O coordenador da bancada da Bahia no Congresso Nacional, Marcelo Nilo (PSB), avalia como "horrível" o anúncio da desistência do governo federal do Renda Brasil - programa de renda mínima que substituiria o Bolsa Família, turbinando seus atuais valores.
Na manhã desta terça-feira (15), pelas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) também negou que vá congelar salário de aposentados, ou reduzir o auxílio para idosos e pobres com deficiência.
"Cria uma expectativa no cidadão e na cidadã e depois frustra suspendendo. Ou seja: ele está querendo, no fundo, fritar o ministro da Economia Paulo Guedes - e quando ele frita um ministro, é em público", avaliou em entrevista ao BNews.
Nilo lembra que ex-colaboradores de Bolsonaro, como o falecido Gustavo Bebianno Rocha (ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República em 2019) e os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta (Saúde) e Sérgio Moro (Justiça), também passaram por processos parecidos de desgaste e exposição antes de desembarcarem do governo.
Assim, o coordenador da bancada baiana na Câmara descarta a possibilidade uma eventual falha de comunicação entre presidente e equipe econômica - mas sim uma postura deliberada de enfrentar o titular da pasta, para mostrar sua insatisfação com Guedes.
"Quando ele critica o ministro em público, demonstra sua insatisfação. É o estilo dele de fazer política: Só demite depois que frita. Não consegue gerir os recursos do País, ser gestor, sem fritar o ministro", acrescentou.
No início da tarde, Guedes descreveu as divergências entre Bolsonaro e equipe econômica sobre meios de financiar o Renda Brasil como “barulheira”. O ministro também negou que o presidente tenha se referido a ele quando disse que daria um “cartão vermelho” para quem insistisse promover cortes de gastos para bancar um programa de renda mínima.
Para Nilo, Guedes está apegado ao cargo, e está agindo com “mesquinhez”. "O presidente já mostrou em público que quer demiti-lo e o Paulo Guedes está se apequenando, querendo permanecer no cargo mesmo sem o apoio do presidente da república. Ou seja, ele quer ficar no cargo a qualquer preço e isso é ruim para a economia de nosso País", concluiu.
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