Educação

Mais recursos não garantem melhor ensino, diz Oliveira

Imagem Mais recursos não garantem melhor ensino, diz Oliveira
A frase de João Batista Oliveira, professor, é uma crítica ao Plano Nacional de Educação  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 14/07/2011, às 11h27   Redação Bocão News



A declaração, do professor João Batista Oliveira, é uma crítica à proposta do Plano Nacional de Educação, que prevê a aplicação de 7% do PIB no setor. Em reunião nesta quinta-feira (13), especialistas criticaram também outros pontos do projeto: falta de medidas necessárias para melhoria do ensino profissional, e obrigação da universalização do ensino regular para alunos com deficiência.
Em meio às discussões sobre a meta de financiamento público da educação prevista na proposta do governo que estabelece o Plano Nacional de Educação (PL 8035/10), em análise na Câmara, o especialista na área João Batista Oliveira afirmou nesta quarta-feira que o aumento dos recursos do setor não deve garantir a melhora na qualidade do ensino no País. 
O projeto do governo prevê a ampliação do investimento de 5% para 7% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2020, mas entidades do setor pedem a aplicação de pelo menos 10% em educação.
João Batista Oliveira argumentou, em reunião da comissão especial destinada a analisar a proposta do governo, que o dinheiro aplicado hoje é quase totalmente destinado ao pagamento de pessoal e que a estrutura atual do sistema educacional não garante qualidade. “Jogar mais dinheiro nesse sistema que está totalmente engessado é piorar as finanças e comprometer o futuro das crianças que deverão ter uma educação de qualidade”, disse.
O doutor em economia e autor de várias publicações em educação Claudio de Moura Castro também reclamou que o texto inicial do Plano Nacional de Educação não atende aos objetivos da educação profissional no Brasil. Segundo ele, as escolas técnicas hoje são “poucas e frágeis”.
A proposta do governo prevê a duplicação das matrículas da educação profissional técnica de nível médio até 2020. O ministro da Educação, Fernando Haddad, já sinalizou que essa meta pode ser aumentada. Segundo Moura Castro, contudo, a medida não é suficiente. De acordo com o especialista, há um desencontro entre o que as escolas oferecem, os objetivos dos alunos e os interesses do mercado de trabalho. “Aprender é aplicar, mas no nosso ensino não se aplica, apenas se ouve falar da prática. O PNE não descobriu isso”, disse.
Foto: Pedro França / Agência Câmara de Notícias

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp