Educação

Reitor diz que não pretende suspender atividades na UFBa após corte de 18% no orçamento

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Corre o risco da Ufba não pagar as bolsas estudantis já em junho deste ano   |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 12/05/2021, às 21h03   Laiz Menezes


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O reitor da Universidade Federal da Bahia, João Carlos Salles, afirmou nesta quarta-feira (12), em entrevista ao BNews, que a UFBa tem sofrido com um processo de defasagem orçamentária muito significativo nos últimos anos. A faculdade enfrenta um corte efetivo de 18,7% no orçamento atual. As verbas estudantis podem ser reduzidas em 20%, o que equivale a R$ 7.200.000. O regente disse, no entanto, que a “universidade não coloca em seu horizonte parar, pelo contrário, coloca em seu horizonte resistir com sua mobilização e chamando atenção da sociedade”. 

O corte de 20% no plano nacional de assistência estudantil (Pnae), segundo a diretora da Pró-Reitoria de Ações Afirmativas e Assistência Estudantil da Ufba (Proae), Cássia Maciel, atinge de forma indireta 28 mil estudantes e de forma direta mais de 4.664 assistidos. 

“Tivemos redução no número e no valor das bolsas estudantis”, explicou a diretora ao BNews.

Cássia informou que uma parte do orçamento para assistência estudantil liberada para o primeiro semestre já foi utilizada. O Governo Federal ainda não informou, no entanto, quando será liberada a outra parte desse recurso. A diretora argumenta que a Proae já não tem verba suficiente para pagar todas as bolsas estudantis em junho de 2021. 

“Corre o risco de alunos em vulnerabilidade socioeconômica precisarem sair das universidades públicas”, declarou. 

Depois de sofrer um corte abrupto de 18,7% do orçamento, o reitor da Ufba explica que “isso é gravíssimo e extremamente difícil. Fizemos racionalizações, diminuições e reduções de editais que apoiam o ensino, pesquisa e extensão”. Ele ainda informou que a universidade vai realizar um ato no dia 18 de maio para denunciar esses cortes à sociedade. 

“Vamos denunciar esse momento grave que estamos vivendo, em que temos um dilema entre educação de um lado e barbárie do outro. Não brigaremos somente para que se reverta essa situação em 2021, mas também brigamos para o orçamento do ano que vem. Não podemos permitir que a universidade pública seja desmontada”, disse o reitor. 

Desde 2015, quando começou o processo de defasagem orçamentária, a UFBa já reduziu contratos de vigilância e de limpeza, além de ter diminuído o recurso de investimento em obras, equipamentos e compra de material para a universidade. O reitor argumenta que os parques universitários estão sendo sucateados. 

“Se for mantido o veto do presidente Jair Bolsonaro, será retirado ainda mais da UFBa, cerca de R$ 4.400.000. Ficará somente 500 mil reais de recurso capital de investimento, o que é absolutamente nada para fazer frente a um parque universitário de 168 prédios e 32 unidades universitárias”, concluiu. 

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