Em comunicado divulgado no finalzinho desta terça-feira, a Polícia Federal (PF) informou que a prova de redação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), aplicada no dia 7 de novembro, vazou na Bahia. Duas pessoas - uma professora que aplicaria a prova no Colégio Ruy Barbosa, em Remanso, a 765 km de Salvador, e o marido dela - foram indiciadas por violação de sigilo funcional. Mais de 10 pessoas foram ouvidas e o vazamento foi confirmado após a quebra do sigilo telefônico dos envolvidos.
A professora folheou o caderno ampliado, destinado a deficientes visuais, e viu o título de um dos textos de apoio da redação duas horas antes da prova. Do telefone da escola fez a ligação para a casa da sogra e falou com o marido, que ligou para o filho, em Petrolina (PE), repassando a informação da mulher: “trabalho e escravidão”.
O garoto aproveitou e perguntou a alguns professores como fazer o texto sobre o tema. Um dos profissionais consultados, o professor de Português Marcos Freire, denunciou o caso à Delegacia da Polícia Federal de Juazeiro. Segundo ele, na época não acreditou na história do vazamento e atendeu ao estudante.
Apesar do ocorrido, segundo o Ministério da Educação, o Enem não será cancelado, pois não houve vazamento do exame em si, somente do texto de apoio da redação, o que não interfere diretamente na aplicação da prova, já que o tema efetivo era “O trabalho na construção da dignidade humana”. Mas, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) divulgou nota informando a eliminação do estudante que utilizou a informação privilegiada para responder a questão.
A aplicação da nova prova para os 2.817 alunos prejudicados com a inversão dos gabaritos está mantida para o dia 15 de dezembro. Os candidatos receberão novo cartão de confirmação de inscrição.
Confira a
nota à imprensa divulgada pela Delegacia de Polícia Federal em Juazeiro.
