Educação

Professores de comunicação se recusaram a dar aulas, diz diretor da F2J

Imagem Professores de comunicação se recusaram a dar aulas, diz diretor da F2J
Alunos precisaram ser transferidos  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 28/02/2013, às 16h56   Terena Cardoso (Twitter: @terena_cardoso)


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Tentando conter as consequências de uma crise financeira, a Faculdade 2 de Julho propôs aos professores um novo plano de pagamento dos salários atrasados referentes ao mês de outubro, novembro e dezembro. Os docentes dos cursos de administração e direito aceitaram. Mas, segundo o diretor geral da instituição, Edílson Freire, os dos cursos de comunicação social, não. De acordo com ele, a decisão dos professores foi uma surpresa e as consequências lamentáveis. “Não queríamos que terminasse assim de maneira tão triste. Mas tivemos que transferir todos os nossos alunos do curso de jornalismo e marketing e propaganda pra outra faculdade”, afirma.

O curso atualmente só tem 100 alunos e se resume ao 7º e 8º semestre, que estão sem aulas. “Os professores deliberaram que não iam mais dar aulas. Recusaram a nossa proposta de pagamento e tivemos que devolver o valor das matrículas e transferir os alunos para o Isba. Agora estamos contratando professores para os que ficaram com a gente”, conta. Os motivos da crise financeira são apontados pelo diretor: inadimplência e prejuízo. “Manter um curso de jornalismo hoje é caro. Tivemos um prejuízo de R$ 300 mil e temos que ter pelo menos alguma compensação. A faculdade hoje que faz parceria com empresas internacionais se dão bem. Mas nós não podemos porque somos uma fundação”, explica.

A reportagem tentou contato três vezes através do celular com uma das coordenadoras dos cursos, Cristina Mascarenhas (jornaslimo), mas não obteve retorno.

Pagamentos

Para pagar os professores, a Faculdade 2 de Julho fez o seguinte esquema: “Vamos manter os salários desse ano atualizados e a cada mês, vamos quitar um mês em débito. Já pagamos outubro e agora só falta novembro e dezembro, que serão pagos em março e abril respectivamente”, conta o diretor da Fundação 2 de Julho que está há 9 meses no cargo.

Situação dos cursos

Demitindo pessoas e contendo os gastos é que a Fundação 2 de Julho vai tentar se reerguer. Entretanto, no que depender do diretor geral, os cursos serão mantidos. “Não temos a intenção de fechar nenhum curso, nem o de jornalismo. Estamos com as turmas do 7º e do 8º e vamos manter”, afirma. Mas, o diretor se esquiva sobre a abertura de matrículas para o próximo semestre. “Não tenho como prevê isso”, finaliza.

Crises

Ano passado o Colégio 2 de Julho e a Faculdade enfrentaram inúmeras crises. Os salários atrasados dos professores provocou uma greve que deixou mais de 200 alunos sem aula. Uma denúncia envolvendo um professor do curso de Direito abalou a confiança dos alunos do curso, que se sentiram coagidos a não fazerem suas provas por conta da inadimplência.

Edilson Freire, que é diretor das duas instituições, não nega a crise e a dívida de R$ 8 milhões e conta como vem conseguindo lidar com a situação. “Reduzimos o nosso quadro de pessoal que era para mais de 4 mil alunos. Semestre passado fechamos com 1.200 alunos então, não tinha a necessidade de tanta gente”, disse. Nessa leva, 40 pessoas foram demitidas das instituições.  Um acordo com uma instituição financeira foi tentado, sem sucesso. “Oferecemos uma área nossa como garantia real. O banco passou dois meses apreciando o problema e negou. Mas, foi melhor. A Fundação estava muito acostumada a pedir empréstimos e isso só ia se acumulando. Nossa dívida hoje reduziu para R$ 7,5 milhões”, conta o diretor. 

Nota originalmente postada às 14h do dia 28


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