Educação

Especialistas atestam que Alfa e Beto não foi aprovado por “educador sério”

Imagem Especialistas atestam que Alfa e Beto não foi aprovado por “educador sério”
Projeto pedagógico foi criticado durante debate na Câmara de Salvador  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 26/03/2013, às 07h37   Marivaldo Filho (Twitter: @marivaldofilho)


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O debate promovido pela Comissão de Educação da Câmara Municipal de Salvador que trataria de toda a situação da educação na capital, na manhã desta segunda-feira (25), tratou quase que exclusivamente do projeto pedagógico implantado pela prefeitura de Salvador, o polêmico Alfa e Beto. Sobre a proposta, apenas críticas dos especialistas. O representante da Secretaria Municipal de Educação, Eliezer Cruz, isolado, em meio aos professores e especialistas, tentou, sem sucesso, abrandar o ímpeto dos especialistas em relação às críticas ao programa.

“Racista”, “sexista”, “preconceituoso”, “limitado”, “sem fundamento teórico”, “absurdo”, “defasado” foram alguns termos usados para definir o Alfa e Beto. Para a cientista e professora de Pedagogia da Universidade Estadual da Bahia, Valquíria Machado, “não é possível que algum profissional sério de educação tenha aprovado este absurdo”.

A justificativa do secretário municipal da Educação, João Carlos Bacelar, de que muitos educadores aprovam e outros desaprovam a proposta pedagógica foi ainda mais criticada por Valquíria Machado.

“Sempre há discordância teórica, mas, neste caso, há fatos. Enquanto cientista e professora, eu estou profundamente ofendida. Ele dizer que alguns discordam e outros concordam está minimizando os absurdos que existem neste material. Estou absolutamente chocada. Não tem fundamento teórico, é machista e de péssima qualidade. É preconceituoso do ponto de vista linguístico. Do ponto de vista étnico e racial, eu nem irei comentar porque tem pessoas mais indicadas que eu para fazer isso”, contestou Valquíria Machado.

A “imposição” do material aos educadores foi destacada pelo professor Walter Takemoto, pesquisador da Universidade Federal da Bahia, que garantiu que o programa foi comprado antes mesmo da posse do prefeito ACM Neto.

O educador ainda questionou as justificativas dos representantes da Secretaria de Educação de que existem poucos recursos para as reformas estruturais necessárias às escolas municipais. “Se a prefeitura está tão fragilizada economicamente, qual o sentindo de abandonar o PNLD (Programa Nacional do Livro Didático) para comprar esse programa que custou R$ 14 milhões, que poderiam ser investidos na melhoria da estrutura física das escolas?”, questionou Takemoto.


O presidente da Comissão de Educação na Câmara, o vereador Sílvio Humberto (PSB) destacou a importância do debate na semana do aniversário de Salvador. "É de funcdamental importância para o município neste dia histórico para a nossa cidade", concluiu


Nota originalmente publicada no dia 25 de março de 2013, às 13h47.

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