Educação

Candeias inicia aulas com escolas ainda incompletas

Giberto Jr.
Ao menos seis escolas não receberam aulas por conta de estruturas ainda sem condições de trabalho  |   Bnews - Divulgação Giberto Jr.

Publicado em 08/04/2013, às 15h46   Lucas Esteves (Twitter: @lucasesteves)




No dia em que enfim as aulas na Rede Municipal de Ensino de Candeias começaram, o trabalho de reforma das escolas da cidade não foi totalmente concluído e muitos alunos ficaram em casa. Nesta segunda-feira (8), a prefeitura da cidade iniciou o ano letivo, mas não houve reforma completa das 40 escolas listadas pela gestão.
A situação foi constatada pela vereadora oposicionista Rita Loira (PR), que percorreu diversas escolas da cidade. Segundo ela, ao menos seis unidades não funcionaram por não terem nenhuma condição de abrigar a comunidade escolar. Outras duas, ela afirma, funcionam com detalhes de reforma ainda pendentes.
As escolas que ainda não têm condições de funcionar, segundo sua inspeção, são a Nova Candeias, Edith Dias, Alfredo Serra, Cecília Meireles, Adriano Gordilho e Professor Dásio José de Souza. As escolas Antônio Carlos Magalhães e Ruth Rocha ainda carecem de detalhes de correção finais. 
As escolas sem condições ainda reúnem muito entulho e carteiras empilhados, correções gerais pendentes e trabalhadores fazendo todo tipo de serviço. Com as instalações análogas a canteiros de obras, é impossível permitir a realização de aulas nos locais. A vereadora avaliou que o problema se trata de irresponsabilidade e falta de compromisso da prefeitura para com a comunidade escolar de Candeias.
“O que acontece nas escolas é só um exemplo do que acontece em Candeias. Aqui, nada funciona. Semana passada fui á Câmara cobrar o fim das reformas e no início das aulas e fui classificada por uma colega como ‘terrorista’. Eu não sou terrorista. Estou apenas cumprindo o meu papel, pois o povo me elegeu para que eu fiscalizasse o poder púbico”, analisou a vereadora, atualmente a única assumidamente oposicionista entre os 17 edis da Câmara.
O prefeito Sargento Francisco (PMDB) recebeu a reportagem do Bocão News no gabinete e reconheceu que há obras atrasadas “em cinco ou seis” escolas. Entretanto, disse que o fato ocorre diante da situação “caótica” na qual encontrou a cidade no ano passado, quando assumiu a gestão por força da Justiça. Segundo ele, determinados problemas de Candeias só puderam ser resolvidos no início do atual mandato.
À época de sua chegada ao poder, em 22 de junho do ano passado, Francisco alega ter recebido a prefeitura com apenas 18% do orçamento disponível para ações emergenciais e cotidianas. Para piorar, chegou o período eleitoral, em que é proibido fechar contratos, e o prefeito afirma ter sido capaz apenas de administrar emergencialmente a cidade. Com sua eleição e consequente continuação no cargo, pôde sentar com sua equipe e organizar ações como a reforma das escolas.
“Encontramos escolas que não tinham a menor condição de funcionamento. Na época em que assumi o município, não tinha como fazer nenhuma reforma. Em janeiro colocamos a licitação para reforma, o que é um processo demorado, 28 empresas participaram e a empresa que venceu demos um prazo para recuperar. A princípio nos iriamos reformar 30 das 72 escolas municipais. Mas o estado das escolas municipais de Candeias era tão deplorável que, diante do caos, ampliou-se o número para 40 escolas”, relembrou.
A reforma começou no final de fevereiro e, de acordo com o prefeito, deveria durar cerca de 45 dias. Entretanto, nas escolas em que houve atraso, o motivo seria uma suposta “falta de responsabilidade” da mão de obra contratada, que por uma série de contratempos precisou ser substituida e, consequentemente, as intervenções demoraram. Francisco rejeitou informações de que atrasos no repasse de verbas teriam causado paralisações nos canteiros.
O peemedebista criticou a vereadora Rita Loira por ter atribuído à sua gestão o estado de semi-abandono da escola Antônio Carlos Magalhães na última semana e disse que a situação nada mais era do que um retrato fiel dos serviços públicos na cidade. Segundo ele, a atual administração lida com uma “herança maldita” legada pelas ex-prefeitas Tonha Magalhães, Amiga Ju e Maria Maia, responsáveis pelos últimos cinco mandatos no município.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp