Educação

Entenda como a vivência teatral muda o ambiente nas escolas infantis de Salvador

Divulgação/Ana Reis
Vivência vai acontecer em cinco escolas de Salvador no mês de maio  |   Bnews - Divulgação Divulgação/Ana Reis
Bernardo Rego

por Bernardo Rego

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Publicado em 03/05/2023, às 05h40 - Atualizado às 05h59


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educação, principalmente para o público infantil, é um dos fatores mais importantes em sua formação. Ela traz, além dos conteúdos formais, vivência em grupo, o respeito ao próximo, as diferenças de pensamento e um alicerce para a construção de um bom cidadão no futuro. 

Dentro desta seara, o grupo Chegança Atelier Cultural, idealizado pelas arte-educadoras Ana Mendes e Manu Santiago, chega com a proposta de unir a arte com o processo educacional. Elas irão apresentar uma vivência em algumas escolas municipais de Salvador, entre os dias 2 e 10 de maio. Nesta terça-feira (2), o Centro Municipal de Educação Infantil Olga Benário, localizado no bairro do Doron, recebe o grupo teatral. Ao todo, o grupo conseguiu contemplar cerca de 150 crianças, a partir do apoio da Fundação Gregório de Mattos, por meio do edital Arte Todo Dia.

Para entender um pouco melhor a importância de levar esse projeto para as escolas infantis e em especial no Olga Benário, o BNews conversou com a diretora Neuza de Santana Aragão, que destacou ser este um trabalho muito especial. “É muito importante porque vai levar as crianças a um processo de experimentação e vivência de vários aspectos da vida social como organização mental e respeito. Então, a vivência em grupo é muito válida. É preciso pontuar que a educação se constrói através de um tripé que é família, apoio e respeito. Ainda mais em um cenário que vemos atualmente de muita violência dentro do ambiente escolar. Neste momento é importante colocar os alunos para pensar”, salientou. 

Uma das idealizadoras do projeto Chegança, a atriz Ana Mendes destacou que essa vivência tem uma proposta de ser um caminho de expressão através de uma atividade em grupo. “Trazemos essa atividade de cerca de quatro horas com o objetivo de dinamizar a relação das crianças com a sala de aula e mostrar que elas são vozes ativas do processo. Mostrar também que é preciso somar nessa luta enfrentada pelos educadores para tornar a sala de aula um ambiente agradável”, afirmou.

Mendes também pontuou que se trata de um convite à reflexão de não só enxergar a educação como ambiente de conteúdo, mas de experiências diversas, conviver com os colegas que pensam diferente e até mesmo por em prática o processo de questionar. “Nós fazemos um convite a uma leitura crítica, onde as crianças se sintam bem, confortáveis, onde elas se sintam à vontade para questionar, onde haja um despertar dos sentidos e acima de tudo um grande convite à reflexão”, acrescentou. 

Para a psicopedagoga e gestora em educação, Sheyla Argolo, a inclusão da arte no meio educacional possibilita novas oportunidades de construção da aprendizagem. "Essa inserção oferta ao aluno a condição de desenvolver e aprimorar habilidades de diversas maneiras. Por exemplo, aquele aluno que por sua vez não tem afinidade com a matemática por exemplo, com essa performance, tem a condição de agregar ao conteúdo específico tratado da disciplina um outro olhar e uma outra lógica", destacou.

"Quando falamos em interdisciplinaridade não segregamos o conhecimento, nós ampliamos, ao tempo que desconstruimos para reformular o olhar do aluno, na condição de aprendiz, incentivando e dando toda condição de avançar em suas dificuldades e muitas vezes, fazer com que o aluno modifique posicionamentos acerca das disciplinas que não têm afinidades ou năo gostam mesmo", reforçou. "A ludicidade é uma ferramenta que potencializa o desenvolvimento de habilidades que muitas vezes, ainda não eram conhecidas, mas que a partir das intervenções adequadas será uma forte aliada na condução desse processo", complementou. 

O Chegança Atelier Cultural tem utilizado a arte como ferramenta educativa para crianças. Teatro, contação de história e literatura são algumas das metodologias que as dramaturgas responsáveis pelo Atelier utilizam em seus projetos. Em maio, elas apresentarão em cinco escolas municipais de Salvador o projeto Contando Histórias do Meu Mundão. A iniciativa será uma vivência teatral voltada para crianças de 6 a 12 anos.

Todos os trabalhos desenvolvidos pelo Chegança trazem consigo o olhar para o público infantil e isso tem um único intuito: focar na educação de base. “Acredito que fortalecer e gerar reflexão desde o início do processo educacional é importante para formarmos adultos conscientes e sensíveis para o olhar social”, disse a dramaturga e arte-educadora, Manu Santiago.

Classificação Indicativa: Livre

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